Ponto 14

Fernanda Torres é indicada ao Oscar de melhor atriz por 'Ainda por estou aqui'

Essa conquista ocorre 26 anos após sua mãe, Fernanda Montenegro, ser indicada ao mesmo prêmio por sua performance em Central do Brasil (1999), também dirigido por Salles.

Por Gazeta do Paraná

Fernanda Torres é indicada ao Oscar de melhor atriz por 'Ainda por estou aqui' Créditos: Globo/Reprodução

Fernanda Torres está oficialmente confirmada entre os indicados ao Oscar 2025. A atriz carioca, de 59 anos, recebeu a nomeação na manhã de ontem (23) na categoria de melhor atriz, graças à sua atuação no filme Ainda Estou Aqui (2024), dirigido por Walter Salles. Essa conquista ocorre 26 anos após sua mãe, Fernanda Montenegro, ser indicada ao mesmo prêmio por sua performance em Central do Brasil (1999), também dirigido por Salles.

A cerimônia de premiação será realizada em 2 de março, em Los Angeles, coincidindo no Brasil com o domingo de Carnaval. Na disputa pelo prêmio de melhor atriz, Fernanda Torres enfrenta Demi Moore (por A Substância), Mikey Madison (por Anora), Karla Sofía Gascón (por Emilia Pérez) e Cynthia Erivo (por Wicked).

Fernanda já conquistou o Globo de Ouro de melhor atriz em filme dramático, superando nomes de peso como Angelina Jolie (indicada por Maria Callas), Pamela Anderson (The Last Showgirl), Nicole Kidman (Babygirl), Tilda Swinton (O Quarto ao Lado) e Kate Winslet (Lee).

O filme Ainda Estou Aqui é baseado na história real da advogada Eunice Paiva, mãe do escritor Marcelo Rubens Paiva. Ela dedicou 40 anos de sua vida à busca pela verdade sobre o desaparecimento de seu marido, Rubens (interpretado por Selton Mello). O longa foi adaptado do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva.

 

Walter Salles

Entre os nomes da equipe de Ainda Estou Aqui, um já está habituado a ouvir o título de seus filmes entre os indicados ao Oscar: Walter Salles. Aos 68 anos, o diretor carioca celebra sua terceira produção indicada à maior premiação do cinema. Desta vez, com um feito histórico: o longa se tornou o primeiro brasileiro a ser indicado à categoria principal de Melhor Filme, além de Melhor Longa Internacional.  

Há 26 anos, Walter comemorava as indicações de Central do Brasil a Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, ao lado de Fernanda Montenegro. Apesar de não levar as estatuetas, perdendo para A Vida é Bela e Gwyneth Paltrow (Shakespeare Apaixonado), o filme marcou época.  

Já em 2005, Walter alcançou a vitória no Oscar com Diários de Motocicleta, que conquistou Melhor Canção Original com Al Otro Lado del Río, de Jorge Drexler. O longa também foi indicado a Melhor Roteiro Adaptado.  

Agora, com Ainda Estou Aqui, o Brasil volta a figurar na categoria de Melhor Longa Internacional após 26 anos. Durante esse período, outros filmes nacionais se destacaram no Oscar, como Cidade de Deus, que recebeu quatro indicações em 2004; O Menino e o Mundo, na disputa de Melhor Animação em 2016; e Democracia em Vertigem, indicado a Melhor Documentário em 2020. No entanto, nenhum deles chegou à categoria de filmes internacionais.  

Essa é a quinta vez que o Brasil concorre na categoria anteriormente conhecida como Melhor Filme Estrangeiro. Confira os filmes indicados anteriormente:  

 

'O pagador de promessas'

O drama escrito e dirigido por Anselmo Duarte, vencedor da Palma de Ouro, concorreu ao Oscar em 1963. "O pagador de promessas" foi superado pelo drama franco-austríaco "Sempre aos domingos", de Serge Bourguignon. Também estavam na disputa: "Electra, a vingadora", de Michael Cacoyannis, "4 dias de rebelião", de Nanni Loy, e "Tlayucan", de Luis Alcoriza.

 

'O quatrilho'

O Brasil só voltaria a disputar a categoria em 1996, com "O quatrilho", de Fábio Barreto, estrelado por Gloria Pires e Patricia Pillar. A vitória no entanto foi para a Holanda, com "A excêntrica família de Antonia", de Marleen Gorris. Também concorreram os filmes: "O homem das estrelas", de Giuseppe Tornatore, "Poussières de vie", de Rachid Bouchareb, e "Todas as coisas são belas", de Bo Widerberg.

 

'O que é isso, companheiro?'

Dois anos depois, Bruno Barreto repetiu o feito do irmão e conseguiu uma indicação ao Oscar por "O que é isso, companheiro?". O longa, que conta com as presenças de Fernanda Torres e Selton Mello, acabou desbancado por outro holandês, "Caráter", com direção de Mike van Diem. "O ladrão", de Pavel Chukhray, "Segredos do coração", de Montxo Armendáriz, e "A música e o silêncio", de Caroline Link, completavam a lista de indicados em 1998.

 

'Central do Brasil'

E o Brasil retornou ao Oscar no ano seguinte com "Central do Brasil", de Walter Salles. O longa foi indicado não só a melhor filme internacional, mas também a melhor atriz com Fernanda Montenegro. O italiano "A vida é bela", de Roberto Benigni, acabou levando a estatueta.

 

Créditos: Da Redação Cascavel