Família afirma que arquiteta brasileira presa no Camboja foi vítima de esquema de tráfico humano
Daniela Marys de Oliveira viajou em busca de emprego e acabou detida sob acusação de tráfico de drogas; julgamento ocorre nesta quinta-feira (23)

A família da arquiteta Daniela Marys de Oliveira, de 35 anos, alega que a brasileira foi vítima de um esquema internacional de tráfico humano. Natural de Minas Gerais e residente em João Pessoa (PB) desde 2024, Daniela foi presa no Camboja, acusada de tráfico de drogas, crime que no país asiático pode resultar em pena de até 20 anos de prisão.
De acordo com familiares, Daniela viajou ao Camboja após ser recrutada para uma suposta vaga de telemarketing oferecida pela internet. No entanto, ao chegar ao destino, percebeu que havia sido enganada e que o “emprego” fazia parte de um esquema de golpes online. Ao se recusar a participar da fraude, ela teria sido ameaçada e informada de que deveria pagar uma multa para deixar o local.
A família afirma que, após o impasse, drogas foram plantadas no apartamento em que Daniela morava, o que levou à sua prisão. O julgamento da brasileira está previsto para esta quinta-feira (23).
Segundo a Anistia Internacional, o Camboja mantém penas severas no contexto de sua política de “guerra às drogas”:
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Tráfico de drogas: de 2 a 20 anos de prisão;
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Posse de drogas: de 2 a 5 anos (até 10 em caso de reincidência);
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Consumo de drogas: de 1 a 6 meses (até 1 ano se reincidente).
A família relata que Daniela, fluente em inglês e com formação universitária, jamais se envolveria com atividades criminosas. Em janeiro deste ano, ela embarcou para o Camboja contra a vontade da família, que chegou a alertá-la sobre possíveis riscos.
A comunicação entre Daniela e os parentes seguiu normalmente até fevereiro. No mês seguinte, mensagens suspeitas começaram a ser enviadas aos familiares por pessoas que se passavam por ela, pedindo dinheiro para pagar uma multa trabalhista no valor de 4 mil dólares (cerca de R$ 27 mil). O valor foi transferido, mas, dias depois, Daniela conseguiu fazer uma ligação para a mãe e relatou que havia sido presa injustamente sob a acusação de tráfico de drogas.
O caso está sendo acompanhado por autoridades diplomáticas brasileiras, enquanto a família busca apoio jurídico internacional e pressiona por uma investigação sobre o possível tráfico de pessoas e a inocência da arquiteta.
Com informações do g1
