Ponto 14

'Eu não tenho paz', diz mulher agredida no trabalho pelo ex-marido no Paraná

Por Giuliano Saito


Caso foi registrado em Ibiporã, no norte do estado. Vítima recebeu chutes e socos na frente do filho na clínica em que trabalha. De acordo com ela, medida protetiva foi revogada no dia 8 de dezembro de 2022. Mulher é agredida pelo ex-marido em Ibiporã Após as agressões sofridas em seu local de trabalho na última segunda-feira (9) pelo ex-companheiro, Roberto Aparecido Pacheco, de 58 anos, em Ibiporã, no norte do Paraná, a vítima, que preferiu não ser identificada, relatou que vinha sofrendo ameaças do homem há algum tempo. "Eu não tenho paz. Eu me separei dele e eu não consigo ter vida", contou. Câmeras de segurança registram as agressões cometidas pelo suspeito contra a vítima. Nas imagens é possível ver o homem dando tapas e socos na ex-companheira na recepção do estabelecimento. As agressões são acompanhadas, segundo a polícia, pelo filho do casal, que tenta intervir, mas sem sucesso. Veja o vídeo acima. Segundo relato da vítima, Roberto insistiu em querer falar com a mulher, que não quis atendê-lo. Enfurecido, ele foi até o estabelecimento. "Ele estava ligando desde de manhã na clínica. E eu falei para a recepcionista não passar o telefone pra mim. Aí, ele começou a ameaçar a recepcionista. Falando que ia lá e ia quebrar tudo, se não passasse o telefone para mim", contou. Homem agride ex-mulher no local de trabalho em Iporã Reprodução De acordo com o delegado Vitor Dutra, a mulher tinha uma medida protetiva contra o ex-marido desde 2019, quando os dois se separaram. No mesmo ano, segundo a polícia, ela foi agredida pela primeira vez. Saiba como pedir medida protetiva mais abaixo. Conforme a vítima, a medida protetiva foi revogada pela Justiça no dia 8 de dezembro de 2022. A ordem judicial é revista a cada seis meses, conforme a Lei. CICLO DA VIOLÊNCIA: saiba como identificar O suspeito ainda não foi localizado e, segundo o delegado, o homem ainda não tem pedido de prisão decretado. "A gente está fazendo diligências antes de representar a prisão. vamos ouvir as pessoas envolvidas e tentar localizar para ele dar a versão dos fatos e, posteriormente, pedir possivelmente a prisão preventiva dele", explicou. O g1 tenta contato com a defesa do suspeito. Ainda conforme Dutra, o suspeito é morador de Londrina. A Polícia Militar chegou a ser chamada, mas ele havia fugido e está sendo procurado para prestar depoimento. Suspeito foi filmado agredindo a ex-mulher no local de trabalho dela, em Ibiporã (PR) Reprodução/Câmeras de segurança Como pedir uma medida protetiva Onde pedir? Na delegacia, no Ministério Público ou na Defensoria Pública. Preciso de advogado? Não é preciso estar acompanhada de advogado para pedir uma medida protetiva. Porém, o pedido pode ser feito por advogado ou defensor público que represente a vítima. Só o juiz pode conceder uma medida protetiva? Não. De acordo com o TJ-PR, a medida protetiva de urgência também pode ser concedida por autoridade policial - escrivão, delegado, agente de polícia e Polícia Militar, quando houver risco atual ou iminente à vida ou à integridade física da mulher em situação de violência. Violência contra mulher: Veja os canais de denúncia disponíveis no Paraná E se mesmo com a medida a violência continuar? A mulher deve acionar a polícia pelo 190 ou ir até a delegacia caso a violência continue ou o autor descumpra a medida protetiva. Descumprir ordem judicial que determinou medidas protetivas de urgência é crime, com pena prevista de três meses a dois anos de prisão. Acesse Amarelas e saiba mais. Mais assistidos do g1 PR Leia mais em g1 Norte e Noroeste.