Ponto 14

Especialista fala sobre procedimentos de aviação em caso de emergência e comenta sobre avião que teve 'bico' destruído após tempestade

Por Giuliano Saito


Caso foi registrado na quinta (26). Avião saiu de Santiago no Chile com destino a Assunção, mas houve mudança de rota em Foz do Iguaçu após alerta de tempestade. Especialista fala sobre emergências em voos e avião que teve bico destruído O professor Antônio Carlos Prestes, formado em Ciências Aeronáuticas, explicou ao g1 alguns procedimentos da aviação usados em emergência. Ele comentou também sobre o avião que teve 'bico' destruído após tempestade na última quinta-feira (26) em um voo entre Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná e Assunção, no Paraguai. Veja vídeo acima. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Ele afirmou que um procedimento aparentemente óbvio, mas que é ignorado por muitos passageiros, é o uso do cinto se segurança. “Durante o voo, os passageiros devem estar com cinto de segurança, é uma recomendação já conhecida. Quando a luz apaga não significa que você pode ficar sem ele, significa que se você precisar, pode retirar por algum motivo, como ir ao banheiro. Mas estando sentado, você deve manter o cinto afivelado", afirmou Antônio. Antônio comentou que além do cinto, valem as regras para casos de turbulências, como travar mesas e manter poltrona na vertical. Ele explicou que cada caso é avaliado conforme a gravidade e que, fica a cargo dos comissários de bordo, as orientações aos passageiros. RELEMBRE O CASO: Passageiro registra turbulência de avião ao ser atingido por tempestade entre Foz do Iguaçu e Assunção VEJA TAMBÉM: 'Já estava me despedindo da minha filha': passageira relata pânico em avião que teve 'bico' destruído por tempestade Avião ficou com bico destruído Reprodução RPC "Em regra, nessas situações, é se manter sentado, mesinha travada, poltrona na vertical e com cinto afivelado, não tem muito o que se fazer fora esses procedimentos, mas tudo sempre com orientação dos comissários, já que neste momento o piloto, o foco dele, está na condução da cabine de comando da aeronave e nos sistemas da aeronave", explicou Antônio. O que pode ter causado incidente na quinta O professor afirmou que é precipitado afirmar o que pode ter causado o incidente no voo entre Foz do Iguaçu e Assunção e que somente a conclusão das investigações poderá dar um panorama do que houve na data. Veja mais detalhes no vídeo no início desta reportagem. Antônio afirma, no entanto, que na condução das aeronaves os pilotos têm acesso a diversos recursos que auxiliam, por exemplo, no desvio de nuvens densas. Para ele, uma possível melhora nas condições climáticas pode ter feito os pilotos optarem pela continuação da viagem. "Existem ferramentas na aviação que proporcionam para o piloto a informação de uma tempestade, tanto ferramentas embarcadas, como radar, quanto também apoio dos órgãos de tráfego aéreo. Possivelmente essa aeronave teve essa indicação de mau tempo, que fez com essa desviasse de Assunção para Foz do Iguaçu. Nesse desvio, o que pode ter acontecido é uma indicação de melhora no tempo, o que pode ter feito os pilotos decidirem voltar para Assunção", afirmou Antônio. Especialista fala sobre procedimentos de aviação em caso de emergência e comenta sobre avião que teve 'bico' destruído após tempestade Reprodução O professor acredita que a aeronave tenha entrado na chamada nuvem "cumulonimbus", formação meteorológica verticalizada com instabilidade, turbulência e presença de gelo. Antônio afirma que estas formação devem ser desviadas, de acordo com as orientações da aviação, mas não é possível saber o que houve na cabine, na data do incidente, que pode ter feito os pilotos adentrarem a nuvem. "Neste caso nós tivemos o radome da aeronave danificado e é justamente ali o radar que aponta para estas nuvens, então não para saber se o piloto tinha condições de identificar a condição dessas nuvens, justamente naquela pontinha danificada que a gente viu nas imagens, é que fica esse radar”, afirmou Antônio. Bico de avião ficou destruído Reprodução RPC Segurança na aviação O especialista afirma que as imagens internas que circularam nas redes causam espanto, mas que o incidente ainda assim, demonstra a segurança e tecnologia empregadas nas aeronaves. "É normal as pessoas terem medo de temporais, mau tempo, da turbulência, mas as aeronaves possuem diversos sistemas e recursos, são máquinas absolutamente modernas e capacitadas para enfrentar esse tipo de situação, assim como pilotos e tripulação. Tivemos ali uma situação crítica, mas com desfecho satisfatório", afirmou Antônio. . Para que os voos sejam seguros, ele afirma que pilotos estão constantemente conectados com órgãos de controle de tráfego aéreo. "O piloto ele se mantém em contato com esses órgãos de controle de trafego aéreo a todo momento. O objetivo é organizar o fluxo, dar fluidez ao tráfego aéreo e prestar assistência quando necessário". Passageiro registra turbulência de avião ao ser atingido por tempestade "O piloto inclusive pode declarar emergência ou pedir prioridade. Declarando isso a aeronave recebe um apoio diferenciado d e Assunção. Porém, ele acredita que alguns fatores podem ajudar a explicar está acionado, preparado, para a chegada. O sistema é bastante eficiente, a fim de garantir as altos níveis de segurança que nós vemos hoje na aviação", frisou o professor. VÍDEOS: Mais assistidos g1 PR Veja mais notícias da região em g1 Oeste e Sudoeste.