Educação Financeira: após perder 80% da renda, contadora planilha gastos e muda hábitos de consumo
Por Giuliano Saito
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Economista lembra que é necessário adquirir consumo consciente. Educação Financeira: saúde das finanças passa pelo consumo consciente Para ter uma vida financeira saudável também é preciso ter um consumo consciente. A Kátia Souza, que é contadora, precisou mudar alguns hábitos depois que perdeu 80% da renda na mudança de São Paulo para Curitiba. Com menos dinheiro, a saída foi planilhar gastos e buscar soluções. A primeira coisa que ela identificou que precisava mudar foi o gasto com a alimentação. “Eu cheguei a essa conclusão mapeando todos os meus gastos, tive que planilhar. Passei um mês só planilhando, no outro mês eu consegui rever de uma forma mais analítica onde eu estava gastando mais e notei que foi na alimentação. “ Segundo ela, colocar os gastos em uma planilha fez com que conseguisse entender melhor as despesas e passou a economizar cerca de R$ 500,00 por mês no supermercado e percebeu que o desperdício estava também em outras coisas. “Tenho roupas até hoje na etiqueta, eu tinha um consumo muito alta com roupa. Meu filho tá em fase de crescimento então ele perdeu roupas sem nem usar. ” Kátia Souza precisou reorganizar a vida financeira depois de perder 80% da renda. Reprodução/RPC Consumo consciente A Fernanda Meneguine é economista e especialista em terapia financeira. Para ela, o consumo consciente pode ser resumido aquilo que cabe no bolso de cada pessoa. Já o consumo sustentável está mais ligado aos propósitos de cada um. “Se ela juntar essas duas coisas: eu posso pagar, eu posso comprar e faz sentido dentro do contexto de vida, então, isso está ok, está consciente, está sustentável", explica a economista. De acordo com Meneguine, cada pessoa tem uma personalidade financeira diferente. “Eu costumo falar para as pessoas que não têm como um monstro sair de dentro de mim e gastar todo o meu dinheiro. Quem gastou fui eu, então eu preciso entender o que eu fiz e porquê. E aí a gente linka com o contexto de personalidade, para você entender qual seu personagem, para vocês entender pontos fortes e fracos. ” Para avaliar a personalidade financeira, a economista destaca cinco pontos: Racionalização: quanto a pessoa pensa antes de gastar; Tolerância ao risco: quanto o consumidor é ou não mais flexível na hora de comprar. Por exemplo, experimentando uma marca nova de um produto mais barato; Tipo de organização: se a pessoa é mais detalhista, que controlar o dinheiro nos mínimos detalhes, ou se pensa mais no geral, só se o dinheiro vai dar para passar o mês; Planejamento: a capacidade de pensar no futuro, a curto, médio e longo prazo.; Capacidade de adaptação às mudanças. Segundo a economista, é sabendo os pontos fracos e fortes que cada um pode entender melhor o próprio comportamento na hora de cuidar das finanças para encontrar um equilíbrio e, assim, ter um consumo mais consciente e sustentável. “Se eu tenho uma consciência maior, eu escolho melhor. Então, esse é o ponto de partida.” Foi nessa busca de entender por que comprava, que a Kátia aprendeu a gastar melhor. “Então a gente consegue limitar, dá pra se programar pra comprar um roupa, um sapato, uma viagem, um cinema, desde que você não coloque nenhum sentimento nisso, porque você acaba gastando sem pensar e a razão sai do lugar e a emoção acaba fazendo você gastar sem necessidade.” Os vídeos mais assistidos do g1 PR: Leia mais notícias em g1 Paraná.
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