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Disputa pelo Senado no Paraná: Alvaro Dias (Podemos) diz que projeto das fake news foi enviado de forma ‘apressada’ à Câmara; ‘Temos que ser rigorosos’, afirmou

Por Giuliano Saito


Alvaro Dias foi o quinto a participar da série de entrevistas do Meio-Dia Paraná com os candidatos ao Senado. Alvaro Dias (Podemos), em entrevista ao Meio-Dia Paraná, na RPC Giuliano Gomes/PRPress Em entrevista ao Meio-Dia Paraná nesta sexta-feira (23), o candidato à reeleição no Senado Alvaro Dias (Podemos) disse que o projeto de lei que torna crime o financiamento e a disseminação de fake news foi aprovado pelos senadores de forma apressada, quando foi encaminhado à Camara dos Deputados. Dias argumentou que votou contra a aprovação do projeto, em 2020, por acreditar que a proposta necessitava de uma análise mais aprofundada do tema, com proposições melhor elaboradas. “Nós temos que ser rigorosos com as fake news, somos vítimas delas frequentemente (...) Quando nós discutimos isso no Senado, a Comissão de Liberdade de Expressão da ONU se manifestou dizendo que aquela não estava no ponto, aquela proposta apresentada apressadamente como resposta a algumas fake news que surgiram não era adequada, por isso que nós esperamos agora a proposta que vem da Câmara para uma análise de profundidade", disse. Alvo de divergências entre os senadores, a proposta que cria a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet tramita na Câmara e, depois de ser analisada e votada na Casa, ainda deve voltar ao Senado, porque sofreu modificações no conteúdo. Alvaro Dias afirmou que se trata da legislação sobre "o exato limite entre a liberdade de expressão e a mentira" e comentou: "É evidente que você não pode permitir que, em nome da liberdade de expressão, você cometa o escárnio de agredir pessoas impunemente. Nós somos vítimas, nós somos vítimas, é evidente que eu quero uma boa lei". Veja, abaixo, a íntegra da entrevista do candidato: Eleições: veja a íntegra da entrevista do candidato ao senado Álvaro Dias(PODE) Ele foi perguntado sobre ter solicitado o benefício da aposentadoria de ex-governador do Paraná, 20 anos após deixar o cargo, e recebido por três meses, com valores retroativos. Dias disse que os valores foram integralmente repassados a entidades beneficentes. "Eu recebi um apelo de entidades de assistência social de Curitiba, especialmente o Pequeno Cotolengo, para que eu recebesse e transferisse. Eu requeri e transferi. Quando houve a repercussão negativa, na verdade, pretendiam me colocar no mesmo patamar dos outros que recebiam e colocavam no bolso. Eu preferi prestar um benefício social para entidades que necessitavam naquele momento. Como a repercussão foi negativa, eu desisti", afirmou. CPI do MEC Ele foi questionado sobre o motivo para não ter assinado o pedido para criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias de corrupção e tráfico de influência no Ministério da Educação (MEC). Como parlamentar, Alvaro Dias atuou em diversas outras CPIs. Em relação à CPI do MEC, ele chegou a afirmar publicamente que "seria uma grande pizza". Na entrevista, o candidato disse que "não era o momento" para a comissão. "A CPI deve se instalar para provocar o Ministério Público a instaurar procedimentos para a investigação. Neste caso, o Ministério Público já estava investigando, a Polícia Federal já estava investigando e prendendo, inclusive; o Supremo Tribunal Federal já tinha determinado investigação; a AGU já estava agindo; o próprio Tribunal de Contas da União já estava agindo, ou seja, todos os instrumentos responsáveis pela investigação estavam já atuando com competência", argumentou. Alvaro afirmou que a proposta era "um palanque eleitoral que tinha o objetivo dirigido para atingir a imagem de um candidato à presidência da República, de um candidato a reeleição à presidência da República", e disse que, sendo assim, não concordou. A criação da CPI ganhou força após o ex-ministro da educação Milton Ribeiro e pastores denunciados terem sido presos pela Polícia Federal. Alvaro Dias (Podemos), em entrevista ao Meio-Dia Paraná, na RPC Giuliano Gomes/PRPress O candidato foi questionado ainda sobre a articulação da bancada paranaense no Senado Federal, onde atua desde 1983 e para o qual tem se reeleito desde 1999. O Paraná nunca teve um representante como presidente da Casa. Dias afirmou que atuou como oposição durante quase toda a trajetória, com exceção dos últimos três anos e destacou que, "no sistema presidencialista, que confere muito poder ao presidente da República, é sempre o presidente da República que acaba elegendo o presidente do Senado e o presidente da Câmara". "O Paraná tem sim, hoje, nos seus três senadores, uma posição de respeitabilidade no Congresso Nacional e isso tem facilitado a aprovação de projetos importantes", concluiu. Entrevistas com os candidatos Participam da série de entrevistas os cinco primeiros colocados na pesquisa de intenção de voto do Ipec, divulgada em 23 de agosto. Veja a lista definida por sorteio: 19/09 - Paulo Martins (PL) 20/09 - Orlando Pessuti (MDB) 21/09 - Rosane Ferreira (PV) 22/09 - Sergio Moro (União) 23/09 - Alvaro Dias (Podemos) Assista aos vídeos mais acessados do g1 PR Veja mais notícias em g1 Eleições 2022 no Paraná.