Damares Alves defende cotas para pessoas trans em universidades e no serviço público
Segundo a senadora, a pauta da inclusão de pessoas trans no mercado de trabalho é legítima também para setores conservadores
Por Da Redação

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) declarou ser favorável à implementação de cotas destinadas a pessoas transexuais em universidades e no serviço público. A afirmação foi feita durante entrevista ao podcast “Cortadas do Firmino”, onde a parlamentar também compartilhou sua identificação pessoal com travestis e defendeu políticas públicas voltadas à inclusão desse grupo no mercado de trabalho.
“Eu não sou contra não. Eu tenho uma identificação muito grande com as travestis”, afirmou a senadora, ao comentar sobre os desafios enfrentados por pessoas trans e travestis para conseguirem oportunidades profissionais, especialmente em setores formais da economia.
Damares destacou que, enquanto gays, lésbicas e até pessoas em relações não convencionais conseguem inserção mais facilitada, travestis enfrentam obstáculos adicionais por causa de seu comportamento, que ela descreveu como “exuberante”. “Você não encontra travesti em um banco trabalhando”, exemplificou. “Eu defendo a cota social”, completou.
Segundo a senadora, a pauta da inclusão de pessoas trans no mercado de trabalho é legítima também para setores conservadores, como o representado pelo governo do qual fez parte. Damares foi ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos durante o governo Jair Bolsonaro, e afirmou que a gestão buscou qualificar travestis e transexuais para o mercado formal, mas com foco em potencialidades regionais. “Nós fomos qualificá-las, mas não para ser cabeleireiras. Qual é o potencial dessa cidade? É a indústria? Vamos qualificar para a indústria”, disse.
A fala marca um contraste com posições que marcaram o governo Bolsonaro em relação à chamada “ideologia de gênero”. Em 2019, durante audiência no Senado sobre aborto e criminalização da homofobia, Damares afirmou que a forma como o debate foi conduzido no Brasil não trouxe efetiva proteção aos direitos da comunidade LGBTQIAPN+. “Faço coro com muitos ativistas gays porque a ideologia de gênero da forma como ela foi implantada no Brasil não trouxe inclusive nenhum respaldo na proteção do direito da comunidade LGBT”, disse na ocasião.
