Ponto 14

Câmeras de bar onde motorista estava antes de dirigir pela contramão e matar motoboy não registraram imagens, diz polícia

Por Giuliano Saito


Motociclista Jheykson Medeiros morreu após ser atingido pela caminhonete da modelo Cássia Martins, que fugiu do local, segundo a polícia; ela se apresentou à delegacia no dia seguinte. Seis pessoas já foram ouvidas sobre morte de motoboy, em Curitiba As câmeras de monitoramento do bar onde esteve a modelo Cássia Vialli Martins antes de dirigir uma caminhonete pela contramão e matar um motoboy , em Curitiba, não estavam em funcionamento, de acordo com a Polícia Civil. Segundo a investigação, a motorista fugiu após a batida. O motociclista Jheykson Roger Medeiros, de 36 anos, morreu depois de ser atingido pelo veículo da modelo. O caso aconteceu na Rua Paulo Setubal, no Boqueirão, na madrugada de domingo (4). Uma testemunha disse à polícia que a condutora apresentava sinais de embriaguez. A motorista se apresentou à polícia na segunda-feira (5), acompanhada pelo marido e pelo advogado. O delegado Edgar Santana afirmou que busca identificar quem ajudou a suspeita a fugir do local após a batida. Na segunda-feira, após se apresentar à polícia, a mulher foi interrogada e liberada. Motorista de caminhonete dirige pela contramão, bate e mata motociclista, diz polícia Familiares de motoboy protestam contra motorista: 'Parou com o carro em cima dele e foi embora' Jheykson trabalhava fazendo entregas para uma hamburgueria de Curitiba. Ele deixa um filho, de 7 anos, e esposa. Motociclista Jheykson Roger Medeiros, de 36 anos, morreu na madrugada deste domingo (4), em Curitiba Reprodução/RPC No domingo, a família, amigos e colegas de profissão de Jheykson fizeram um protesto na rua onde a batida foi registrada e pediram responsabilização criminal da suspeita. Cássia, segundo o advogado Igor Ogar estava a trabalho no bar e restaurante antes da batida. A defesa não quis comentar se ela havia ou não bebido. A defesa disse que a modelo "sente muito pela morte" do motociclista e que pretende "colaborar com toda a situação". Segundo o delegado, o prazo para conclusão do inquérito é de 30 dias, e a motorista poderá ser indiciada por homicídio e por fugir do local. Registros no bar A dona do bar entregou à polícia uma lista de presença emitida no dia, em que consta o registro de uma cliente de nome Cássia. De acordo com as investigações, ela estava com mais duas amigas no local. Em depoimento, a dona do bar disse que só notou que as câmeras de monitoramento do bar não estavam gravando quando a polícia pediu as imagens, depois do acidente. A polícia também ouviu o dono da empresa de segurança que presta serviço ao estabelecimento. O responsável disse que o contrato com o bar é apenas para serviço de monitoramento, e que as imagens são gravadas pelo cliente. Dona do bar onde esteve motorista suspeita de matar motoboy informou à polícia que não percebeu que câmeras não estavam gravando Reprodução/RPC Disse ainda que, na manhã de sábado, o sistema informou uma falha de rede elétrica no bar e que a falha permaneceu até os dias seguintes, quando ele foi ao local e constatou um problema na tomada. Uma comanda emitida na noite antes do acidente, e que foi atribuída à motorista suspeita, registrou o consumo de três caipirinhas de vinho. Comanda atribuída à suspeita de bater caminhonete e matar motociclista em Curitiba registrou bebida alcoólica Reprodução 'Eu errei', disse suspeita nas redes sociais Cássia não respondeu às perguntas do delegado durante o interrogatório mas, ainda na segunda-feira, publicou um vídeo nas redes sociais em que pediu desculpas à família do motoboy. "Infelizmente, eu me envolvi nesse acidente horrível. Quero dizer para vocês que eu errei e que eu aceito todas as consequências. Quero dizer aos familiares que estou disposta a ajudar vocês no que for preciso. Eu imagino a dor que vocês devem estar sentindo porque eu também sou mãe, também sou filha, também sou irmã", disse. Ainda no vídeo, a suspeita concluiu: "Eu sei que nada vai diminuir o que está acontecendo, mas eu estou disposta a ajudar vocês e pagar tudo que eu fiz". Cássia Vialli Martins publicou vídeo com pedido de desculpas à família do motoboy Jheykson Roger Medeiros Reprodução/RPC Testemunha relatou batida De acordo com o boletim da Polícia Civil, uma testemunha relatou que dirigia pela mão correta de direção quando viu a caminhonete na contramão. O motorista disse à polícia que fez sinal de luz para alertar a condutora, mas que não adiantou. Em seguida, de acordo com a testemunha, o motociclista não conseguiu desviar e foi atingido pela caminhonete. A testemunha relatou que a mulher desceu da caminhonete "em visível estado de embriaguez" e foi embora. Um soldado da Polícia Militar (PM), que estava em um bar próximo ao ponto do acidente afirmou à polícia que foi até o local após ouvir um estrondo. Ao chegar, disse que se deparou com a situação e prestou os primeiros atendimentos ao motociclista, na tentativa de salvá-lo, o que não foi possível. O soldado disse que acionou a PM para o atendimento. Batida com morte de motociclista foi registrada em Curitiba, na madrugada de domingo (4) Reprodução Assista aos vídeos mais acessados do g1 PR Ainda no domingo, a família, amigos e colegas de profissão de Jheykson fizeram um protesto na rua onde a a Veja mais notícias do estado em g1 Paraná.