Ponto 14

Cresce 16% o número de consumidores que parcelam compras em até 12 vezes no Paraná, aponta fintech

Por Giuliano Saito


Dado de pesquisa mostram que número de pessoas que compram em parcela única caiu pela metade de em 2022 no Paraná. bianca Colaboração Em 2021 e 2022 os paranaenses passaram a dividir o valor das compras em mais parcelas: a quantidade de consumidores que parcelam em até 12 vezes cresceu 16,6%. O dado faz parte de uma pesquisa realizada por uma fintech que trabalha com parcelamento de valores no Brasil via boleto bancário. É possível identificar, conforme a pesquisa, que os clientes eram mais cautelosos ao parcelar. A maioria deles parcelava, em 2019 e 2020, comprava em parcela única - 40,8%. Em 2022, contudo, esse número baixou para 21,9%, e cresceram os consumidores que optaram por mais parcelas, como em 12 vezes - 16,6%. A Bianca Fujimori tem 28 anos e afirma que começou a parcelar as compras em 2021 por causa do aumento geral dos produtos no comércio. “Eu não costumava parcelar compras, é um hábito que eu passei a ter. Acho que o principal motivo foi a inflação, o valor alto no preço das coisas. Eu sempre tento parcelar o máximo de vezes sem juros.” Ela também se encaixa no perfil que mais consome de forma parcelada, segundo a pesquisa. Os dados mostram que, nos últimos dois anos, 59,2% dos consumidores que parcelaram em mais vezes são mulheres e, deste grupo, 47,5% nasceram na geração Millennial (entre 1981 e 1995). O consultor financeiro Lucas Iván Gonzalez afirma que isso ocorre com essa geração porque são pessoas mais novas e que ainda estão começando a carreira profissional, com uma base salarial mais baixa. “São pessoas novas, que estão começando a carreira profissional e isso faz com que tenham mais vontade ou precisem parcelar mais. ” Mesmo precisando fazer um número maior de parcelas, Bianca diz não ter medo de se perder nas contas. Ela contou que é bem organizada financeiramente e consegue manter a fatura do cartão de crédito controlada. “O meu banco dá a possibilidade de ajustar esse limite para o valor que eu quiser, então eu sempre deixo um limite baixo. Se eu preciso fazer alguma compra extra, alguma coisa de emergência, vai ter um valor maior aí eu ajusto os limites e aumento um pouquinho. Mas eu nunca gasto mais do que eu ganho, mesmo se for no crédito parcelado. ” Bianca Colaboração Para voltar a parcelar as compras em um menor número de parcelas, Bianca afirma que é necessário baixar o custo de vida ou ter um aumento de salário. “O controle da inflação, até podendo diminuir um pouco o valor dos produtos, e também aumento do salário. Acho que esses são fatores importantes e assim a gente tem uma diminuição do custo de vida.” Parcelamento O especialista em investimento Raul Sena explica porque o parcelamento é bom para o mercado financeiro. “Apesar das dívidas serem tão nocivas para o cidadão comum, isso também significa que o varejo voltou a responder, que as pessoas estão voltando a consumir. Não importa se estão parcelando ou não, estão consumindo e se elas estão consumindo. ” Não se endivide! Raul Sena externou algumas dicas para as pessoas não se endividarem, com um número maior de parcelamento e como aproveitar essa possibilidade de uma forma melhor: A primeira coisa é entender que tipo de dívida é essa que está sendo criada, é uma dívida que a pessoa poderia não ter nesse momento? Se ela fizer a conta na ponta da caneta, pode compensar mais para ela pagar prazo e deixar aquele dinheiro investido. É uma manobra de alto risco para a pessoa que não tem controle financeiro. Porém, hoje com o mercado oferecendo milhas e oferecendo o parcelamento sem juros, pode ser uma ideia inteligente para essa pessoa. A outra dica é nunca parcelar produtos de consumo mensal, porque é isso que acaba descontrolando. Esse acúmulo é o que gera o maior risco para endividamento das pessoas de modo geral. Os vídeos mais assistidos do g1 PR: Leia mais notícias em g1 Paraná.