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Controladores de voo da NAV Brasil anunciam greve com paralisações em setembro e outubro

O movimento foi planejado de forma a não afetar a segurança operacional dos voos

Por Da Redação

Controladores de voo da NAV Brasil anunciam greve com paralisações em setembro e outubro Créditos: Arquivo/PMM

Os controladores de voo da NAV Brasil decidiram iniciar uma greve com paralisações programadas em quatro datas: 24, 26 e 30 de setembro, além de 2 de outubro. A decisão foi aprovada em assembleia realizada no dia 10 de setembro e, segundo o sindicato, tem como objetivo denunciar a precarização das condições de trabalho e cobrar o cumprimento de promessas feitas pela direção da empresa nos últimos anos.

De acordo com o calendário, em cada um desses dias haverá suspensão parcial dos serviços de navegação aérea por duas vezes: das 11h às 12h e das 15h às 16h. O movimento foi planejado de forma a não afetar a segurança operacional dos voos, embora possam ocorrer atrasos e ajustes na malha aérea.

Entre as principais reivindicações estão a implementação de melhorias no plano de saúde, o cumprimento integral do Acordo Coletivo de Trabalho 2023/2025 e a adoção do Plano de Cargos e Salários, prometido em negociações no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Os trabalhadores também denunciam um déficit de pessoal que já dura 14 anos sem concursos públicos, situação que os obriga a cumprir escalas exaustivas e horas extras frequentes.

Segundo representantes da categoria, a greve não está vinculada à negociação do próximo acordo coletivo, mas sim ao descumprimento de compromissos já firmados. A antecedência do aviso, superior à exigida por lei, permitirá que companhias aéreas reorganizem seus voos e que passageiros possam buscar informações diretamente com as empresas.

Nota oficial do sindicato

No dia 10 de setembro de 2025, os empregados aprovaram a greve a ser realizada nos dias 24, 26 e 30 de setembro e 2 de outubro, paralisando parte dos serviços de navegação aérea.
Dada a sensibilidade e o alto nível de segurança exigidos nesta área, somente serão suspensos os serviços que não afetam a segurança dos voos, pelo prazo de 1 hora, em dois turnos: um pela manhã (11h às 12h) e outro à tarde (15h às 16h).
O movimento se justifica pela precarização das condições de trabalho a ponto de afetar a segurança aérea. Dentre as reivindicações, estão: o cumprimento de cláusulas previstas no Acordo Coletivo de Trabalho 2023/2025, com a implementação de melhores condições para o auxílio de assistência à saúde, e a implantação do Plano de Cargos e Salários, questões acordadas diante da conciliação do TST, mas que até hoje não foram implementadas. Também existem outros motivos, como as reduções de direitos e a defasagem salarial sofridas durante a pandemia e ainda não recuperadas.
Além disso, promessas feitas pelo presidente da empresa em 2023 não foram cumpridas, e há déficit de pessoal operacional em todas as unidades (14 anos sem concursos públicos para reposição), o que vem pressionando cada vez mais os trabalhadores a cumprir escalas cansativas e um elevado número de horas extras, gerando risco aeronáutico.
Ainda em curso, a negociação do próximo Acordo Coletivo de Trabalho não é alvo desta greve.
A antecedência do aviso da greve é muito superior ao exigido pela legislação, propiciando tempo para que os usuários e as companhias aéreas ajustem seus voos. Dessa forma, qualquer alteração na programação deve ser discutida diretamente com a companhia aérea.
Sabemos que uma greve não agrada a ninguém, mas é o último recurso para a manutenção da segurança da aviação brasileira. A categoria, já no limite de sua capacidade funcional, não dispõe de outra alternativa para fazer com que as promessas e os direitos sejam cumpridos de forma justa, permitindo que o trabalho continue sendo executado com segurança e excelência.
Qualquer dúvida deve ser direcionada para o e-mail greve@sntpv.org.br.
Comando de Greve do SNTPV.

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