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Contrato de R$ 157 milhões entre DER e Celepar reforça suspeitas de preparação para privatização

Com vistas a deixar de ser pública, Celepar firma contratos que garantem lucro, fator essencial em toda a empresa privada; o problema é a fonte do lucro: o bolso dos paranaenses

Contrato de R$ 157 milhões entre DER e Celepar reforça suspeitas de preparação para privatização Créditos: Imagem Ilustrativa

O contrato firmado entre o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR) e ahttps://gazetadoparana.com.br/busca?termo=Celepar Celepar no valor de R$ 157.707.000,00 passou a ser observado em um novo contexto político: a possibilidade de privatização da estatal. O tema ganhou força depois que o deputado Arilson Chiorato afirmou que a Celepar já teria, inclusive, data marcada para ir a leilão, no dia 13 de janeiro de 2026, conforme revelou à Gazeta do Paraná. A declaração reacendeu o debate sobre o destino da empresa e colocou o contrato mais recente no centro da discussão.

O acordo com o DER foi assinado por dispensa de licitação no dia 5 de dezembro de 2025 e tem vigência de cinco anos. Ele repassa à Celepar a gestão completa da estrutura de multas do Paraná, incluindo o Sistema de Gestão de Infrações de Trânsito (GIT) e seus módulos complementares, o GEPROC e o GITMobi. Esses sistemas passam a concentrar o processamento dos autos, a tramitação administrativa e o registro eletrônico das ocorrências. A adoção da dispensa de licitação para um contrato dessa magnitude também tem sido alvo de críticas de especialistas e parlamentares.

A estrutura de remuneração prevista é um dos pontos que mais chamam atenção. Em vez de pagamento fixo, a Celepar receberá por unidade de auto de infração pago, no valor de R$ 21,24 por multa quitada pelos motoristas. O próprio contrato estima que 123.750 autos pagos serão registrados mensalmente, o que projeta repasses de R$ 2.628.450,00 por mês, sempre ao redor do dia 15. Em um ano, o montante chega a mais de R$ 31,5 milhões. No final dos 60 meses, atinge o total contratado de R$ 157,7 milhões.

O desenho financeiro do contrato cria um fluxo regular e estável de receita, projetado com base no comportamento de pagamento das infrações pelos motoristas. A Celepar passa a ter, com isso, um volume de arrecadação previsível atrelado a um serviço central da administração pública, justamente em um período em que seu futuro está sendo debatido na esfera política.

Esse enquadramento é reforçado pela fala de Arilson Chiorato à Gazeta do Paraná. Ao afirmar que a Celepar teria uma data definida para leilão, o deputado ampliou a atenção sobre contratos recentes da empresa, especialmente aqueles com impacto financeiro elevado e vigência prolongada - como o firmado com o DER poucas semanas antes da suposta data mencionada.

O contrato também altera o papel da Celepar dentro do aparato administrativo. Com a centralização dos sistemas de fiscalização e cobrança do trânsito, a estatal passa a controlar uma infraestrutura estratégica de dados e processos, que até então se distribuía entre diferentes setores do governo. A mudança amplia a relevância operacional da empresa, em um momento em que sua eventual transferência à iniciativa privada entrou no debate público.

Nem a Celepar nem o DER comentaram, até o momento, as interpretações que relacionam o contrato ao possível processo de privatização. O governo estadual, por sua vez, não confirmou nem negou a data mencionada por Arilson na reportagem.

Com a execução contratual já iniciada e o tema da privatização novamente exposto, o acordo firmado em dezembro assume papel central nas discussões sobre o futuro da estatal paranaense de tecnologia.

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