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Com prisão preventiva decretada, Silvinei Vasques é entregue às autoridades brasileiras

Ex-diretor-geral da PRF passou a noite de sexta-feira (26) sob custódia da Polícia Federal em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná

Por Da Redação

Com prisão preventiva decretada, Silvinei Vasques é entregue às autoridades brasileiras Créditos: Polícia Paraguaia/Divulgação

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques foi entregue às autoridades brasileiras na fronteira entre o Brasil e o Paraguai após ter a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele passou a noite de sexta-feira (26) sob custódia da Polícia Federal em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, e foi transferido para Brasília neste sábado (27).

Silvinei foi detido pelas autoridades paraguaias no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, quando tentava embarcar para El Salvador utilizando documentos falsos. Após a abordagem, ele foi levado de carro até Ciudad del Este e, em seguida, entregue à Polícia Federal brasileira na aduana da fronteira. A expulsão do território paraguaio ocorreu por descumprimento da legislação migratória local, já que ele ingressou no país de forma irregular e utilizou identidade que não correspondia à sua.

A decretação da prisão preventiva ocorreu após o STF avaliar que Silvinei tentou fugir do país para descumprir ordens judiciais. Segundo a decisão do ministro Alexandre de Moraes, as informações repassadas pela Polícia Federal demonstram a efetivação da fuga, incluindo a violação das medidas cautelares impostas anteriormente, como o uso de tornozeleira eletrônica e o recolhimento domiciliar noturno.

De acordo com a Polícia Federal, Silvinei deixou sua residência em São José, em Santa Catarina, ainda na noite de quarta-feira (24), véspera de Natal. Imagens mostram que ele saiu do condomínio por volta das 19h22, após carregar um veículo alugado com sacolas, itens para transporte de animais e embarcar com um cachorro da raça pitbull. No dia seguinte, após falhas no sinal da tornozeleira eletrônica, equipes da Polícia Penal de Santa Catarina e da Polícia Federal foram ao local, mas não o encontraram.

A PF informou ao STF que não foi possível precisar os motivos da violação da tornozeleira, nem confirmar se o equipamento permaneceu no apartamento. A partir da constatação da fuga, alertas foram emitidos às autoridades de fronteira e a cooperação internacional foi acionada, o que resultou na localização e detenção de Silvinei no Paraguai.

Durante a abordagem no aeroporto de Assunção, Silvinei apresentou documentos em nome de “Julio Eduardo” e chegou a alegar, em declaração escrita, que estaria em tratamento contra um câncer na cabeça e não poderia falar. No entanto, segundo o diretor de Migrações do Paraguai, Jorge Kronawetter, após a comparação de fotografias, numeração e impressões digitais, foi confirmada a verdadeira identidade do ex-diretor da PRF. Diante da constatação, ele confessou que os documentos não eram seus.

Kronawetter explicou que, como não havia mandado de prisão em vigor no Paraguai nem ordem de captura internacional contra Silvinei, a legislação migratória do país determinou sua expulsão. O Ministério Público paraguaio informou que irá apurar a origem dos documentos utilizados, para verificar se foram roubados ou extraviados.

Silvinei Vasques foi condenado neste mês pelo STF a 24 anos e seis meses de prisão por participação na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo a decisão, ele integrou o chamado “núcleo 2” da organização criminosa e atuou para monitorar autoridades e dificultar o deslocamento de eleitores, especialmente no Nordeste, durante o segundo turno, por meio de operações da PRF.

Antes disso, o ex-diretor já havia sido condenado na Justiça Federal do Rio de Janeiro por uso político da estrutura da PRF durante a campanha eleitoral de 2022, em ação movida pelo Ministério Público Federal. Preso em 2023, ele havia obtido liberdade mediante medidas cautelares, agora convertidas em prisão preventiva por decisão do STF.

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