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Com o tema amizade, emoção do público marca concerto da Orquestra Sinfônica do Paraná

O concerto, que teve a regência do maestro convidado Roberto Ramos e participação do violinista Alessandro Borgomanero como solista, reuniu uma plateia de cerca de 2,1 mil pessoas e foi marcado por momentos de emoção dentro e fora do palco

Com o tema amizade, emoção do público marca concerto da Orquestra Sinfônica do Paraná Créditos: Vitor Dias

A temporada comemorativa de 40 anos da Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP) ganhou, neste domingo (21), mais um capítulo no palco do Guairão. O concerto, que teve a regência do maestro convidado Roberto Ramos e participação do violinista Alessandro Borgomanero como solista, reuniu uma plateia de cerca de 2,1 mil pessoas e foi marcado por momentos de emoção dentro e fora do palco.

O programa trouxe duas obras ligadas à amizade e à memória: o "Concerto nº 2 para Violino", do russo Dmitri Shostakovich, interpretado por Borgomanero, e as "Variações Enigma", do inglês Edward Elgar. O violinista convidado voltou a tocar com a OSP quase 40 anos depois de ter integrado a primeira formação da orquestra, aos 17 anos. “Estar de volta é uma grande alegria, ainda mais reencontrando colegas que me conhecem desde menino e os novos colegas que foram vindo”, destacou.

Antes da segunda parte do concerto, o maestro Roberto Ramos conversou com o público, explicando os detalhes da obra de Elgar – cujas variações são um retrato musical de amigos próximos do compositor –, lançando o desafio de “elucidar o enigma” da composição.

O concerto, que celebra os laços da amizade tanto nas obras quanto na própria trajetória da orquestra, chamou a atenção pela diversidade do público. Muitos jovens compareceram, desmistificando a ideia de que a música de concerto não é para todos.

As palavras do maestro ajudaram a aproximar a plateia, como contou o jovem estudante Vinícius Magalhães de Moura. “Foi minha primeira experiência e achei muito especial. Existe muito a ideia de elitização da música clássica. Acho que a música tem que ser para todos e esse evento abraçou todo o público, pessoas jovens, pessoas mais velhas, pessoas de diferentes classes sociais também, é importante essa acessibilidade da cultura”, avaliou.

O estudante Fábio Julio também teve sua primeira experiência com a orquestra e saiu fascinado do Teatro. “Eu sempre fui muito ligado com música, teatro e eu nunca tinha vindo, nunca tive a oportunidade. Minha amiga me chamou para vir hoje e achei incrível. Teve um momento que eu estava quase chorando. Começou a encher meu olho de lágrima”, contou.

A emoção também tomou conta dos amigos Gabriel Duarte, de 18 anos, Camile Vitória e Rafaela da Silveira, de 19 anos, que nunca tinham assistido à Sinfônica ao vivo. “Para mim foi emocionante, principalmente o segundo ato. Dá pra sentir realmente a emoção das cordas, os altos e baixos, alguns momentos alegres, outros obsessivos e outros um pouquinho mais melancólicos também”, descreveu Gabriel.

“Foi muito especial porque é muito bonito. De assistir, de ouvir e também porque eu estou com meus amigos. O concerto ser sobre amizade tornou tudo mais bonito ainda”, ressaltou Rafaela. Os amigos lamentaram apenas o fato de não terem conseguido cumprir o desafio lançado pelo maestro. “Acho que vai ficar mais um ano ou até mais 120 anos para a gente descobrir”, brincou Camile.

DESPEDIDA – Além da celebração da música, a manhã teve um momento de despedida: foi o último concerto da violoncelista Denise Maria Lessi Juvenal, que se aposentou após 37 anos na OSP. Como homenagem, Denise recebeu flores no palco, entregues de surpresa por seus netos, que estavam na plateia.

AEN

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