Com estratégia de vacinação, Paraná encerra estado de alerta para síndromes respiratórias

O alerta para casos de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAGs) durou 90 dias

Por Da Redação

Com estratégia de vacinação, Paraná encerra estado de alerta para síndromes respiratórias Créditos: Geraldo Bubniak/AEN

O Paraná encerrou o estado de alerta decretado em junho para os casos de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAGs). A decisão foi anunciada nesta semana pelo secretário estadual de Saúde, Beto Preto, após nova análise epidemiológica que apontou queda consistente na circulação dos vírus.

O alerta havia sido instituído pela Resolução nº 1.014/2025 da Secretaria da Saúde (Sesa) e durou 90 dias. Nesse período, o governo estadual coordenou uma série de medidas de contenção e prevenção. Entre elas, o início antecipado da vacinação contra a gripe, em 1º de abril, antes do calendário nacional, e a abertura de 204 leitos hospitalares, entre clínicos, UTIs adultas e pediátricas, para reforçar o atendimento no pico de internações. Atualmente, 132 desses leitos seguem integrados à rede estadual.

“Vivemos momentos tensos, mas a estratégia funcionou. O Paraná foi o único estado do Sul e Sudeste que não precisou decretar emergência em saúde pública por conta das síndromes respiratórias. Isso se deve ao trabalho conjunto com os municípios”, destacou Beto Preto.

Outra frente de ação foi o investimento de R$ 800 mil do Tesouro do Estado para a compra de 100 mil testes rápidos do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), distribuídos a Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), pronto-atendimentos e unidades básicas de saúde. Os exames auxiliaram no diagnóstico de Influenza A, B e Covid-19, ampliando a capacidade de resposta da rede pública.

Segundo o Vacinômetro Nacional, desde o início da campanha foram aplicadas 3,6 milhões de doses contra a gripe no Estado, atingindo 54,3% de cobertura vacinal nos grupos prioritários, crianças, gestantes e idosos. A liberação ao público em geral ajudou a ampliar a imunização. Hoje, os municípios ainda possuem cerca de 150 mil doses em estoque, segundo levantamento da Sesa.

Com o fim do período mais crítico, o Paraná entra em uma nova fase da vacinação. O Ministério da Saúde deve enviar mais 100 mil doses nas próximas semanas, destinadas exclusivamente aos grupos prioritários. “Vacinar toda a população foi uma estratégia que deu certo, mas agora seguimos com foco em quem mais precisa”, afirmou o secretário.

Queda nos casos

Os números confirmam a desaceleração da epidemia. Entre as semanas epidemiológicas 33 e 36, foram registradas 1.969 notificações de SRAG e 41 mortes. No comparativo com o período que antecedeu a decretação do alerta, entre as semanas 20 e 23, a redução é evidente: na época foram 4.736 casos e 323 óbitos.

No ano epidemiológico de 2025, o Paraná notificou 22.866 casos e 1.436 mortes por SRAG. Entre os confirmados, 3.279 foram causados por Influenza, 713 por Covid-19 e 6.958 por outros vírus respiratórios. Outros 9.659 registros não tiveram agente identificado.

O impacto também é visível nas internações hospitalares. Em maio foram 6.013 internamentos por SRAG, número que subiu para 6.395 em junho, antes do decreto. Em julho houve queda para 4.924 internações e, em agosto, o número recuou ainda mais, para 3.988.

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