Clubes pedem suspensão de novos gramados sintéticos no Brasileirão
Dirigentes solicitam estudos mais amplos antes de novas homologações e cobram participação dos atletas na decisão
Créditos: José Edgar de Matos/UOL Esporte
Dirigentes de clubes da Série A do Campeonato Brasileiro solicitaram nesta quinta-feira (12) que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) suspenda a homologação de novos gramados sintéticos até a conclusão de um estudo mais aprofundado sobre o tema. O pedido foi apresentado durante o Conselho Técnico da competição, realizado no Rio de Janeiro.
Segundo a CBF, as discussões sobre o assunto devem ser retomadas entre fevereiro e março de 2026. Os clubes defendem que a decisão sobre o uso de campos artificiais leve em consideração a opinião dos jogadores, que vêm se manifestando publicamente contra esse tipo de piso.
Em fevereiro, atletas como Neymar, Thiago Silva, Gabigol e Philippe Coutinho criticaram o uso de gramados sintéticos nas redes sociais, apontando impactos no desempenho e riscos à integridade física.
Durante a reunião, cinco clubes que utilizam gramado sintético defenderam a manutenção da superfície. Em nota conjunta, afirmaram que campos artificiais de alta performance apresentam vantagens em relação a gramados naturais em más condições, realidade observada em parte dos estádios brasileiros.
No início da atual temporada, a CBF encomendou um estudo comparativo sobre lesões em campos naturais e sintéticos, que não apontou diferenças relevantes. Agora, a confederação pretende ampliar a análise, incluindo aspectos técnicos, como ritmo de jogo e possíveis vantagens competitivas.
Caso não haja mudança nas regras, o Campeonato Brasileiro de 2026 poderá ter até 30% das partidas disputadas em gramados sintéticos. Atualmente, cinco dos 20 clubes da Série A utilizam esse tipo de piso: Athletico Paranaense, Atlético-MG, Botafogo, Chapecoense e Palmeiras.
O Flamengo tem adotado uma posição mais firme contra os campos artificiais. Na segunda-feira (8), o clube encaminhou à CBF uma proposta formal de proibição dos gramados sintéticos. O documento sugere um período de transição até 2027 para clubes da Série A e mais um ano adicional para a Série B.
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A iniciativa provocou reação imediata dos clubes que utilizam a superfície artificial. A CBF indicou que pretende enfrentar o debate sem novos adiamentos e também discutir a qualidade dos gramados naturais no futebol brasileiro.
A confederação avalia que o tema exige um debate mais estruturado e estuda criar um modelo de governança, com regras como quórum qualificado ou prazos mínimos para reavaliação de decisões sensíveis.
Além dos gramados, outros temas devem entrar na pauta da reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026, como o limite de jogadores estrangeiros e a possível redução do número de clubes rebaixados para a Série B, discussão que deverá envolver também as equipes da segunda divisão.
