Chuva prejudica trabalhos de concessionária na restauração da BR-376, diz PRF; rodovia continua totalmente interditada
Por Giuliano Saito
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Estrada está totalmente interditada devido a deslizamento de terra. Duas pessoas morreram no acidente e 12 se salvaram. Polícia e MPF investigam o caso. Na segunda (5), concessionária instalou contenções na encosta da rodovia PRF A chuva que atinge a BR-376 em Guaratuba, no litoral do Paraná, prejudicou na tarde desta terça-feira (6) os trabalhos de restauração e sinalização da rodovia no trecho onde houve um grande deslizamento de terra há oito dias. A informação é da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Os trabalhos são realizados pela concessionária Arteris Litoral Sul (ALS). A rodovia está bloqueada em ambos os sentidos desde a noite de segunda (28). Duas pessoas morreram no acidente e 12 se salvaram. As pistas continuam sem previsão de liberação. O caso é investigado pela Polícia Civil (PC-PR) e Ministério Público Federal (MPF) do Paraná. A PRF afirmou que a concessionária permanece realizando trabalhos de "análise contínua do trecho", e disse que quando as condições de segurança forem atendidas, a Arteris comunicará a polícia, que iniciará a liberação. No domingo (4), a Arteris emitiu um comunicado dizendo que a rodovia ficaria totalmente bloqueada pelo menos até esta terça (6), e que uma previsão concreta de liberação depende do volume de chuvas, melhora do tempo e secagem do solo. Na segunda (5), a PRF informou que a concessionária instalou barreiras de contenção na base de uma encosta da estrada. Quem são as vítimas do deslizamento na BR-376 em Guaratuba Uma vistoria técnica na rodovia chegou a ser anunciada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pelo secretário de segurança pública do Paraná, Wagner Mesquita, para o fim de semana, mas não foi realizada por conta do mau tempo. BR-376, entre o Paraná e Santa Catarina, está interditada nos dois sentidos Arteris Litoral Sul Especialistas classificam acidente como 'sequência de erros' Especialistas dizem que a concessionária cometeu 'sequência de erros' no caso da BR-376 e contestaram a versão da Arteris Litoral Sul sobre o deslizamento. A empresa alegou que não havia risco no local, mas geólogos alertam que trecho de serra, com encostas e excesso de chuvas, indicavam alerta para empresa antes do acidente. Se você tem primeiro um local que tem indícios de uma serra, que tem um relevo propício ao escorregamento, chuvas intensas acumuladas com valor muito alto nas últimas 72 horas, você tem um escorregamento que é um indício de movimentação, e aí você não toma decisão. Então realmente isso é um ponto que a análise de responsabilidade desse acidente e das mortes tem que considerar [...] mas houve uma sequência de erros em termo de tomada de decisão", afirmou Fábio Augusto Reis. Rotas alternativas Motoristas que precisam se deslocar entre o Paraná e Santa Catarina e que normalmente utilizaram a BR-376 podem fazer rotas alternativas pela BR-116, BR-470 (Santa Catarina) e BR-277. No caso da BR-277, é preciso que caminhoneiros fiquem atentos a restrições de horário para travessia de carretas. Obras de contenção no quilômetro 42 da BR-277 devem começar nesta segunda (5) Encerramento das buscas Imagem aérea mostra destruição na BR-376 após deslizamento em Guaratuba Segundo a Arteris Litoral Sul, a prioridade inicial da empresa foi fornecer suporte necessário para as buscas por vítimas. Na sexta (2), o Corpo de Bombeiros encerrou a etapa depois de equipes de resgate conseguirem acessar todos os pontos onde poderiam estar pessoas e veículos. Segundo o Gabinete de Crise do governo, três carros e seis caminhões foram retirados do local. Inquérito policial A Polícia Civil do Paraná (PC-PR) abriu inquérito para apurar possíveis responsabilidades e causas do deslizamento de terra na BR-376. No sábado (3), a corporação deu início aos depoimentos de testemunhas. O prefeito de Guaratuba, Roberto Justus, foi ouvido pelo delegado. Ele teve o carro em que estava com o motorista atingido pela lama. Os dois conseguiram quebrar o vidro e escapar a pé, sem ferimentos. ‘Entregando a vida na mão de alguém que decidiu que a gente podia descer a serra’, diz prefeito A investigação ocorre na Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran). Em nota, a Arteris Litoral Sul disse que "irá prestar todos os esclarecimentos necessários à Polícia Civil para contribuir com a elucidação do caso". Na quinta-feira (1º) o Ministério Público Federal (MPF) do Paraná abriu um procedimento para investigar "eventual responsabilidade" da PRF no deslizamento. Dois dias após o deslizamento, a PRF afirmou em coletiva que a decisão sobre o fechamento da rodovia cabia à Arteris. Em resposta, a concessionária disse que ainda era prematuro apontar as causas do acidente. Economia Fetranspar estima prejuízo de R$ 18,5 milhões após deslizamento na BR-376 Com BR-376 interditada em Guaratuba, motoristas relatam horas de espera na fila do ferry boat Responsabilidade Em ofício enviado à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) na terça-feira (29), um dia após o deslizamento, a Arteris diz que "o talude onde ocorreu o sinistro apresentava nível de risco 0 na última monitoração periódica, sem ocorrência de patologias e com sistema de drenagem superficial satisfatória". Especialista afirma que rodovia devia ter sido fechada após 1º deslizamento, sem vítimas Concessionária sabia de risco na BR-376, diz Defesa Civil Chuva Geólogo cita fatores que podem contribuir para quedas de barreira Relatos Passageira que estava em ônibus a poucos metros de deslizamento na BR-376 relata situação: 'Parecia uma cachoeira, era muita água e lama' Família que teve carro arrastado se salva ilesa de deslizamento na BR-376: 'Cachoeira de lama descendo', diz idoso Caminhoneiro relata ter escapado por pouco: 'Se eu tivesse 10 metros para frente, a lama teria me engolido' 'Não tínhamos muita informação do que estava acontecendo', diz um dos primeiros funcionários da concessionária a chegar no deslizamento Como foram os deslizamentos na BR-376 Em 28 de novembro, dois deslizamentos atingiram a BR-376 no mesmo ponto, o quilômetro 669; O primeiro deslizamento foi às 16h30, sem vítimas; Depois do primeiro deslizamento, uma das pistas, no sentido Santa Catarina, foi interditada totalmente. Em seguida, o trânsito foi liberado e mantido em pista única; Às 19h30 aconteceu o segundo deslizamento. Carros foram atingidos, e os dois sentidos da rodovia foram interditados. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 PR Veja mais notícias do estado em g1 Paraná.
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