Cerca de 2,5 mil pessoas aguardam transplante no Paraná: 'Doação de órgãos traz esperança para outras famílias'
Por Giuliano Saito
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Campanha 'Setembro Verde' incentiva conversa sobre doação de órgãos. Paciente que aguarda doação conta que espera com as malas prontas, porque chamado para procedimento pode acontecer a qualquer momento. Setembro Verde incentiva conversa sobre doação de órgãos Reprodução/RPC Cerca de 2,5 mil pessoas aguardam por um transplante no Paraná, segundo dados do Sistema Estadual de Transplantes. Durante o mês de setembro, o Brasil desenvolve a campanha "Setembro Verde", que incentiva a conscientização e a conversa sobre doação de órgãos. "Saber da possibilidade de doar órgãos é um direito da família. A doação de órgãos salva vidas, ela traz esperança para outras famílias" afirma a psicóloga Carla Fabíola Carvalho, do Hospital Municipal Padre Germano Lauck. Leia também: Bancos de sangue estão com estoque 35% abaixo do ideal no Paraná: 'Doação salvou minha vida,' diz jovem após 78 dias internado em UTI Cleuza Santos está à espera de um transplante de rim há um ano e meio. De acordo com ela, as malas ficam prontas porque o chamado para o procedimento pode acontecer a qualquer momento. "A gente fica dia a dia esperando. A gente tenta não ficar desesperado, mas é uma coisa que você fica na espera", relata a paciente. Cleuza deixa tudo pronto a espera de um transplante. Reprodução/RPC Papel da família Dados do Registro Brasileiro de Transplantes indicam que o Paraná é um dos estados que mais registra doações e transplante de órgãos no Brasil. Entretanto, o número ainda não é suficiente para zerar a fila de transplantes. De acordo com Valter da Silva, que faz parte da comissão de doação de órgãos do Hospital Ministro Costa Cavalcanti, em Foz do Iguaçu, é importante que as pessoas sinalizem o interesse em serem doadoras ainda em vida. "A maior dificuldade que temos em relação à doação e ao transplante, para diminuir essa fila de espera, ainda é a recusa familiar", explica Valter. Em 2022, foram 500 notificações de potenciais doadores no Paraná, mas apenas metade foi efetivada. O principal motivo, com 32%, foi por contraindicação médica. Em seguida, cerca de 27% foi por falta de autorização da família. Doação de órgãos no Paraná Reprodução/RPC A família é a única que tem o poder para decidir se a doação pode ocorrer e a decisão deve ser feita ainda no hospital. Carla Fabíola Carvalho, psicóloga do Hospital Municipal Padre Germano Lauck, explica que os hospitais mantêm equipes preparadas para orientar e auxiliar as famílias na hora da decisão. "Se você precisasse, você gostaria de receber? Essa pergunta fazem com que as famílias reflitam um pouco. É uma oportunidade para a família conseguir ressignificar esse momento. Imagina você conseguir dar continuidade da vida de outra pessoa. Um paciente que é potencial doador de órgãos pode ajudar até dez pessoas", afirma Carvalho. Sérgio Vieira dos Santos esperou por um transplante por nove anos. Em 2016 a possibilidade surgiu e ele relata que a ação mudou a vida dele. "Sou grato ao familiar que dispôs a doar os órgãos. Gratificante, muito bom mesmo. A gente sai daquele sofrimento", conta. Sérgio conta que um transplante mudou a vida dele. Reprodução/RPC VÍDEOS: mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias da região no g1 Oeste e Sudoeste.
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