Casos e mortes por dengue caem mais de 80% no Paraná em 2025; Sesa mantém alerta para prevenção
Boletim aponta redução expressiva de ocorrências e óbitos em relação a 2024, mas governo reforça ações de controle e monitoramento do Aedes aegypti
Créditos: Agência Brasil
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) registrou queda de 85% nos casos confirmados de dengue em 2025, na comparação com o mesmo período de 2024. As mortes também recuaram 81%, segundo o Boletim Epidemiológico divulgado nesta terça-feira (28).
De janeiro até agora, o Paraná confirmou 90.717 casos de dengue, ante 616.963 no mesmo intervalo de 2024. O total de 2025 está abaixo dos verificados em 2020 (234.841), 2022 (144.971) e 2023 (163.847). Apenas 2021 teve número inferior (27.142).
Os óbitos passaram de 733, em 2024, para 139 neste ano, abaixo de 2020 (193) e acima de 2021 (28), 2022 (112) e 2023 (129).
A tendência de queda é observada desde o início de 2025. Entre janeiro e julho, os casos confirmados recuaram 85,72% de 613.371, em 2024, para 87.598 neste ano. As mortes diminuíram de 729 para 129 no mesmo período.
Em 2024, o Brasil registrou recorde histórico de 6,6 milhões de casos confirmados de dengue e cerca de 6 mil mortes. O Paraná também bateu máximas, com 653 mil ocorrências.
Para o secretário estadual da Saúde, Beto Preto, a diminuição deste ano resulta do trabalho conjunto com os municípios, ações de conscientização e investimentos em controle vetorial.
Norte e Noroeste concentram casos e mortes
O boletim que compila dados até outubro indica que as 14ª, 15ª e 17ª Regionais de Saúde (Norte e Noroeste) respondem por mais de 50% dos casos confirmados no Estado e por 64% dos óbitos.
A 17ª RS de Londrina (21 municípios) lidera em casos: 22.385 e 43 mortes em 2025.
A 14ª RS de Paranavaí (28 municípios) soma 12.856 casos e 14 mortes.
A 15ª RS de Maringá (30 municípios) tem 11.161 casos e 32 mortes.
Situação em Cascavel
Entre 21 de setembro e 18 de outubro de 2025 (SE 39 a 42), Cascavel notificou 224 novos casos de dengue, com um positivo confirmado por laboratório no período.
No acumulado do ano epidemiológico (dez/2024 a 18/10/2025), o município soma 10.673 notificações e 372 confirmações. A chikungunya requer atenção especial: são 2.342 casos positivos acumulados e cinco óbitos.
Os bairros com mais casos de dengue são Interlagos (40), Periollo (38) e Cascavel Velho (32). A chikungunya apresenta risco máximo nas regiões de Morumbi, Cataratas e Brasília. Morumbi, Floresta e Interlagos têm alta transmissão para ambas as doenças, exigindo reforço nos cuidados.
A Secretaria Municipal de Saúde reforça medidas simples e contínuas: eliminar água parada (vasos, garrafas, pneus e calhas), vedar caixas d’água e tonéis, lavar recipientes com escova e sabão e manter o lixo tampado.
O município oferece coleta gratuita de volumosos, sofás, guarda-roupas e outros móveis inservíveis para evitar descarte irregular e possíveis criadouros. Agendamentos: (45) 3902-1392, 3902-1383 e WhatsApp (45) 99146-1501 (informar nome, CPF, telefone, endereço e foto dos resíduos).
Prevenção segue como prioridade
Mesmo com a retração dos indicadores, a Sesa mantém o alerta e reforça a importância de continuidade das ações de prevenção e controle, inclusive em períodos de temperaturas mais baixas e menor volume de chuvas. Entre as medidas estão: remoção mecânica de criadouros, monitoramento da infestação vetorial, bloqueio de casos, mobilizações comunitárias e mutirões em áreas de risco.
A pasta também capacitou equipes de controle vetorial dos 399 municípios com base nas “Novas Diretrizes para Prevenção e Controle de Arboviroses”, publicadas pelo Ministério da Saúde. O Estado ampliou o uso de ovitrampas para monitoramento do Aedes aegypti, 170 municípios já iniciaram a implantação.
Outro reforço é a biofábrica de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia (Wolbitos), instalada no Parque Tecnológico da Saúde, em Curitiba, para produção em larga escala destinada ao controle biológico do vetor de dengue, chikungunya e zika.
Foto: Divulgaram
