Caso Sevilha: dois são condenados pela morte de auditor fiscal; somadas, penas ultrapassam 60 anos de prisão
Por Giuliano Saito
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Um dos acusados foi absolvido pelo júri. José Antônio Sevilha foi morto em 2005 em uma emboscada após aplicar multa milionária em empresa de brinquedos. Justiça confirmou que o júri foi o mais longo da história na esfera federal Divulgação/JFPR Após 18 dias, terminou na madrugada deste sábado (22) o júri popular do chamado Caso Sevilha, considerado o mais longo da história da Justiça Federal. O julgamento foi em Maringá, no norte do Paraná. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Marcos Oliveras Gottlieb e Fernando Ranea da Costa foram condenados pela morte do chefe do setor de Controle Aduaneiro da Receita Federal, José Antônio Sevilha. Veja detalhes das condenações abaixo. O terceiro acusado, Moacyr Macedo Maurício, foi absolvido pelo júri. O crime ocorreu em 2005 em Maringá. Acusados no caso da morte do auditor fiscal da Receita Federal José Antônio Sevilha Reprodução/RPC Condenações e penas: Marcos Oliveras Gottlieb: proprietário da empresa autuada e acusado de ser o mandante do crime. Condenado a 30 anos de prisão em regime fechado por homicídio duplamente qualificado; Fernando Ranea da Costa: acusado de ter atirado e matado Sevilha. Condenado por homicídio duplamente qualificado e falsidade ideológica a 32 anos e oito meses de prisão e 320 dias de multa em regime fechado; Moacyr Macedo Maurício: acusado de ter feito a intermediação no dia do crime. Foi absolvido pelo júri. A defesa de Costa afirmou que a condenação do réu foi um "excesso aplicado pelo magistrado" e que o cliente possuía bons antecedentes criminais. A defesa disse que vai recorrer da decisão. A defesa de Gottlieb foi procurada, mas não respondeu. A defesa de Maurício comemorou a absolvição. "O veredicto confirma a inocência de Moacyr e traz de volta sua paz e dignidade", afirmou. Júri mais longo da história De acordo com a Justiça Federal no Paraná (JFPR), esse é o júri mais longo da história na esfera federal. O mais longo da Justiça Estadual do Paraná foi a do Caso Evandro, com duração de 34 dias. O júri do Caso Sevilha teve início no dia 5 de outubro. Ao decorrer do processo foram ouvidos testemunhas, réus, e a defesa e acusação debateram antes de a sentença ser proferida pelo Juiz Cristiano Aurelio Manfrim. O inquérito da Polícia Federal concluiu que o auditor fiscal foi vítima de uma emboscada após descobrir um esquema fraudulento em uma importadora de brinquedos após autuar a empresa. Inicialmente, cinco pessoas seriam julgadas. Porém o suspeito Wilson Rodrigues da Silva nunca foi localizado, e o ex-policial civil Jorge Luiz Talarico morreu em 2018 em uma prisão em São Paulo. Quem era Sevilha? Sevilha era o chefe do setor de Controle Aduaneiro da Receita Federal em Maringá quando foi assassinado em uma emboscada, em 2005. José Antônio Sevilha foi morto porque aplicou multa de R$ 100 milhões em empresa de brinquedos Reprodução/RPC Segundo as investigações, Marcos Oliveras Gottlieb, dono de uma empresa de brinquedos multada em R$ 100 milhões pelo auditor, encomendou o assassinato a Fernando Ranea Costa, com a intermediação de Moacyr Macedo. A empresa foi investigada e autuada à época por fraude em processos de importação. Terceira tentativa de julgamento Três pessoas são julgadas pelo homicídio qualificado de José Antônio Sevilha Solange Riuzim O julgamento dos acusados foi marcado pela primeira vez em agosto de 2019. Porém, não foi concluído porque as defesas de dois dos três réus abandonaram o tribunal, alegando falta de condições adequadas para o júri. Acusados de matar auditor fiscal da Receita Federal vão a júri popular, em Maringá Justiça realiza novo júri popular de acusados de matar auditor da Receita Federal Um outro julgamento foi marcado para março de 2020, mas novamente foi suspenso porque um dos jurados afirmou problemas de saúde e não compareceu. Uma nova data foi marcada para outubro do mesmo ano, porém, foi adiado por conta da pandemia. Julgamento Segundo o procurador da República Carlos Alberto Sztoltz, o julgamento foi composto por sete jurados entre titulares e suplentes, dois assistentes de acusação, quatro procuradores, testemunhas e cerca de 30 advogados de defesa dos três réus. A Justiça Federal em Maringá não tem Tribunal do Júri, como a Justiça Estadual, e, por isso, o júri popular correu na Justiça do Trabalho, de acordo com o procurador. Procuradores e advogados da assistente de acusação. Tribunal de Justiça O crime José Antônio Sevilha foi morto em 25 de setembro de 2005, após sair da casa da mãe. Ele parou para olhar um pneu do carro que estava murcho e foi morto a tiros. Segundo a investigação da PF, o auditor fiscal foi vítima de uma emboscada, e o crime foi encomendado porque Sevilha investigava fraudes e aplicou uma multa por importações irregulares da empresa de brinquedos de Marcos Oliveras Gottlieb. Após a a morte do auditor fiscal, a Receita Federal conduziu uma operação que resultou na interdição da empresa, acusada de sonegar tributos. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 PR Veja mais notícias da região em g1 Norte e Noroeste.
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