Ponto 14

Caso Melissa: Três pessoas são condenadas em júri popular por envolvimento na morte de psicóloga da Penitenciária de Catanduvas

Por Giuliano Saito


Um dos acusados foi absolvido pelo júri. Melissa Almeida foi morta a tiros em Cascavel, no oeste do Paraná, em 2017. Júri foi adiado diversas vezes. A pena dos acusados passa de 139 anos. Veja detalhes na reportagem. A psicóloga Melissa Almeida foi morta no dia 25 de maio quando chegava em casa, em Cascavel Reprodução O Tribunal do Júri condenou três réus e um foi absolvido pelo assassinato da psicóloga Melissa de Almeida Araújo em Cascavel, no oeste do Paraná. Juntas, a soma das condenações passa de 139 anos. O julgamento teve início na segunda-feira (30). Veja detalhes das condenações abaixo. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Melissa que atuava na Penitenciária de Catanduvas foi morta a tiros em 2017 quando chegava em casa com o marido e o filho. Um inquérito da Polícia Federal (PF) apontou que a morte da psicóloga foi encomendada por uma facção criminosa. Veja detalhes mais abaixo. Por se tratar de crime contra a vida de servidor público federal no exercício das funções, a competência para julgamento foi pelo Tribunal do Júri Popular da Justiça Federal. O júri ocorreu em Curitiba e começou às 9h de segunda (30). Foram cinco dias de julgamento, segundo a Justiça Federal. Condenações e penas: Edy Carlos Cazarim: 17 anos, 5 meses e 10 dias Wellington Freitas da Rocha: 55 anos, 5 meses e 15 dias Elnatan Chagas de Carvalho: 66 anos, 3 meses e 20 dias Andressa Silva dos Santos: absolvida. Durante o Júri, foram ouvidas 13 pessoas. A vítima sobrevivente, o policial civil, viúvo de Melissa, e outras nove testemunhas de acusação, incluindo o delegado da Polícia Federal, Marco Smith, responsável pela investigação do caso, e uma testemunha de defesa e duas testemunhas do juízo. Segundo o processo, outras duas pessoas acusadas de ter participado do crime já morreram. O juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba determinou a retirada do processo do julgamento de Roberto Soriano, pois a banca de advogados que atuam na defesa deixou o plenário durante o julgamento, de acordo com a Justiça Federal. Uma nova data será remarcada para o julgamento. Acusados Edy Carlos Cazarim, Wellington Freitas da Rocha, Elnatan Chagas de Carvalho e Roberto Soriano foram condenados por homicídio triplamente qualificado contra Melissa e organização criminosa. Entre os crimes cometidos pelos condenados estavam também tentativa de homicídio triplamente qualificado, posse de arma de fogo, munição e acessório de uso restrito e receptação dolosa. O advogado Cláudio Dalledone que faz a defesa de Roberto Soriano afirmou que Roberto nega os fatos e que dentro do processo não há provas que possam indicar que ele tenha mandado matar a agente penal. A Defensoria Pública da União (DPU) que representa o réu Edy Carlos Cazarim informou através de nota que "zela pela observância da legislação, que proíbe a divulgação de informações ou declarações sobre o mérito da causa nos processos que tramitam sob segredo de justiça". A nota explicou ainda que é garantida por lei a assistência jurídica gratuita da DPU aos acusados pobres ou sem defesa constituída, conforme o artigo 263, do Código de Processo Penal. O g1 tenta localizar a defesa dos outros acusados. Depois de seis meses, PF conclui inquérito da morte de psicóloga em Cascavel Adiamentos O julgamento dos cinco acusados foi adiado diversas vezes. O primeiro júri iniciou em 23 de agosto de 2021, porém, no sexto dia de julgamento a Justiça anulou a sessão após o Ministério Público Federal (MPF) apresentar documentos inéditos aos jurados durante os debates entre as partes. Conforme decisão da juíza Gabriela Hardt, a decisão de dissolver o conselho de sentença - jurados sorteados para o julgamento - aconteceu porque os documentos não estavam anexados aos autos do processo dentro do prazo legal, como determina o artigo 479 do Código Penal. O julgamento foi remarcado para 31 de janeiro de 2022, porém na data um dos advogados de defesa do acusado Roberto Soriano testou positivo para a Covid-19 e o júri foi adiado. Em agosto 8 de agosto de 2022 o novo julgamento foi marcado, mas novamente adiado. Na época, a Justiça Federal alegou que atendeu ao pedido da defesa dos acusados e "entendeu inviável a instalação do conselho de sentença no dia de hoje", dizia trecho da decisão. A Justiça, no entanto, não mencionou o que tornou 'inviável' a formação de conselho para realização do júri na data. A data de 30 de janeiro para o novo júri foi informada pela Justiça Federal no episódio. VEJA TAMBÉM: Justiça anula novamente julgamento de cinco acusados por morte de psicóloga da Penitenciária de Catanduvas Polícia prende terceiro suspeito de morte de psicóloga da Penitenciária de Catanduvas PF conclui que morte de psicóloga da Penitenciária de Catanduvas foi encomendada por facção criminosa Justiça anula julgamento de acusados por morte de psicóloga da Penitenciária de Catanduvas Relembre o caso Melissa Almeida, de 37 anos, foi assassinada no dia 25 de maio, quando chegava em casa, em um condomínio no Bairro Canadá, em Cascavel. O carro em que ela, o marido e um filho do casal estavam ficou cheio de marcas de tiros de fuzil. O marido, que é policial civil, chegou a trocar tiros com os criminosos e ficou ferido. Um dos suspeitos também foi morto. Já a criança não foi ferida. Crime caso Melissa Reprodução/RPC A psicóloga trabalhava na unidade de Catanduvas desde 2009 e integrava uma comissão que avalia as condições psicológicas dos presos. Melissa teve a rotina monitorada por, pelo menos, 40 dias e foi considerada um alvo de "fácil alcance", de acordo com as investigações. Conforme a PF, o assassinato foi uma vingança e uma forma de tentar intimidar o trabalho dos agentes penitenciários no sistema prisional federal. Além disso, a ordem para o assassinato da agente foi dada de dentro da Penitenciária de Catanduvas, de acordo com a polícia. Crime caso Melissa reprodução/RPC VÍDEOS: mais assistidos do g1 PR Veja mais notícias da região em g1 Oeste e Sudoeste.