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Cascavelense é preso por armazenar imagens de abuso sexual infantil

A operação faz parte de uma investigação iniciada em julho deste ano, após uma organização não governamental (ONG) dos Estados Unidos denunciar a existência de redes de armazenamento e distribuição de material de pornografia infantil.

Por Gabriel Porta Martins

Cascavelense é preso por armazenar imagens de abuso sexual infantil

A Delegacia de Polícia Federal em Cascavel realizou nesta semana (30) uma operação para combater crimes de abuso sexual infantil, cumprindo um mandado de busca e apreensão expedido pela 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher e de Crimes Contra Crianças, Adolescentes e Idosos. Durante a ação, os agentes localizaram imagens de abuso sexual infantil no celular do investigado, que foi preso em flagrante por armazenar esse tipo de conteúdo e poderá ser processado conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente, que visa proteger menores contra situações de abuso e exploração sexual.
A operação faz parte de uma investigação iniciada em julho deste ano, após uma organização não governamental (ONG) dos Estados Unidos denunciar a existência de redes de armazenamento e distribuição de material de pornografia infantil. Em parceria com a Coordenação de Repressão a Crimes Cibernéticos Relacionados ao Abuso Sexual Infantil (CCASI/CGCIBER), a ONG apontou possíveis crimes dessa natureza no Brasil, o que deu origem à investigação brasileira e resultou na ação desta semana.
A Polícia Federal, através do Grupo de Repressão a Crimes Cibernéticos (GRCC/CAC), realiza operações contínuas para combater o armazenamento e compartilhamento de material de pornografia infantil. A Operação "Cyber Guardian", por exemplo, reforça o comprometimento da PF no combate à exploração sexual de crianças e adolescentes no ambiente virtual.
No Brasil, o número de imagens de abuso e exploração sexual infantil encontradas na internet aumentou 70% no primeiro quadrimestre do ano passado em comparação com 2022, alcançando o maior índice desde 2020. Segundo a SaferNet, uma ONG que monitora o tema, foram registradas 23.777 denúncias, as quais foram encaminhadas ao Ministério Público Federal. Nos primeiros quatro meses de 2022, o total de casos enviados para investigação foi de 14.005. Entre 2019 e 2022, houve um aumento contínuo, e, em 2022, mais de 100 mil denúncias foram registradas pela ONG, marca que não era atingida desde 2011.
Além do aumento nas denúncias, o número de links únicos para imagens de abuso compartilhados também subiu desde 2019, comparando os primeiros quatro meses de cada ano. Apenas 2022 teve uma exceção a essa tendência de alta.

Líder de denúncias
O Telegram é o aplicativo de mensagens que lidera o número de denúncias recebidas pela SaferNet. Desde 2021 ele é também um dos dez domínios que tem mais links associados a pornografia infantil e que foram denunciados à ONG. Há anos o Telegram tem sido alvo de denúncias por não remover comunidades e usuários brasileiros que praticam crimes como a discriminação racial, os ataques à democracia, a apologia ao nazismo ou a exploração sexual de crianças e adolescentes.

Disque 100
Denúncias contra abusos sexuais contra crianças e adolescentes podem ser feitas por ligação gratuita para o Disque 100, que funciona diariamente das 8h às 22h, inclusive nos fins de semana e feriados.
As denúncias recebidas são analisadas e encaminhadas aos órgãos de proteção, defesa e responsabilização, de acordo com a competência e as atribuições específicas, priorizando o Conselho Tutelar. Para garantir a acessibilidade, o canal passou a atender em videochamadas com intérpretes de libras.