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Cartão de crédito é o responsável pelo endividamento de quase 85% dos paranaenses em outubro, segundo pesquisa

Por Giuliano Saito


Dados da Fercomércio ainda mostraram que quase 25% dos consumidores não conseguiram pagar alguma conta em outubro. Educação Financeira: Bom Dia Paraná te ajuda a aliviar o peso das dívidas O cartão de crédito é a modalidade que concentrou o maior endividamento entre os paranaenses no mês de outubro - 84,1%, segundo dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio). Essa opção de pagamento é também a que tem as maiores taxas de juros. O Anderson Nicoforenco é autônomo, revende peças para carros e também trabalha como motorista de aplicativo. No dia a dia financeiro, o cartão de crédito está presente na vida dele uma vez que o utiliza para pagar a maior parte das despesas da casa. Ele conta que controla as finanças por meio de aplicativos no celular e que fica atento aos gastos para não perder o controle. “Não pagar o mínimo [da fatura] de forma alguma, buscar alguma outra forma de ter o recurso, mas não deixar a dívida ficar no cartão. Se a dívida fica no cartão, o juro é muito mais alto. ” O Anderson tem algumas regras para escolher a operadora do cartão de crédito. Reprodução/RPC Contas atrasadas A pesquisa ainda mostrou que quase 25% dos consumidores não conseguiram pagar alguma conta em outubro. Quando é necessário recorrer ao crédito, além do dinheiro em si, você vai pagar também pelo tempo que demorar para devolver o valor que pegou emprestado: são os famosos juros. “A média divulgada pelo Banco Central hoje está em 338% de juros ao ano. Então, vamos supor que você tem uma dívida de R$1.000,00 no cartão, no final de um ano essa dívida vai ser acrescida em 366%, ou seja, você vai ficar devendo R$ 4.660,00” explica o economista Wilhelm Meiners. Atualmente, as diferentes formas de crédito como financiamentos, empréstimos, cheque especial e o cartão de crédito estão muito acessíveis e é justamente essa facilidade que pode causar problemas. “O problema nisso está em as pessoas ficarem presas na armadilha do dinheiro fácil. Porque isso vai custar pesadamente em prestações mensais, porque a dívida tem que ser paga, tem que ser amortizada, o juros tem que ser pago. Geralmente, são operações muito fáceis com taxa de juros mais alta.” Para o economista, é importante que a família estabeleça um limite do percentual da renda que pode ficar comprometido com parcelamentos. “Você não pode assumir prestações que superem muito 30% a 40% da sua renda, com todas as operações de crédito que fizer. ” Uso inteligente do cartão Para manter a contas em ordem, Anderson é criterioso na hora de escolher qual cartão usar. “O fator principal para a gente aceitar ou contratar um cartão de crédito é ele ser de forma gratuita, sem precisar pagar uma mensalidade, uma anuidade. E o segundo fator de escolha é a pontuação que ele pode gerar.” Consumidor consciente e comedido, o Anderson aprendeu que, sabendo usar o cartão de crédito, é possível fazer o dinheiro render mesmo quando está gastando. “Quanto mais gasta, mais retorno tem. Mas tem que ter cuidado para não tornar o motivo do retorno a necessidade de gastar mais. Tem que ter esse autocontrole também.” Leia mais Terapia financeira: entenda o que é e como ela funciona Educação Financeira: após perder 80% da renda, contadora planilha gastos e muda hábitos de consumo Pesquisa mostra que 62% das pessoas não registram o que gastam Os vídeos mais assistidos do g1 PR: Leia mais notícias em g1 Paraná.