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Bancada do Paraná se reúne com ministro dos Transportes para alinhar novo pedágio; setor produtivo e autoridades cobram celeridade

Por Giuliano Saito


Parlamentares criarão comissão para aperfeiçoar modelo escolhido. Previsão é de que ainda este mês haja definição. Enquanto isso, usuários enfrentam rodovias em estado de 'calamidade'. Bancada paranaense da Câmara Federal se reúne com o ministro dos Transportes Parlamentares da bancada do Paraná no Congresso Nacional se reuniram nesta quarta-feira (8) com o ministro dos Transportes Renan Filho, em Brasília, para discutir detalhes do novo modelo de pedágio do estado. A reunião se deu após o cancelamento de encontro com o ministro na última sexta-feira (3) e em meio às afirmações do governo estadual de que aguarda uma decisão ainda este mês sobre qual será o novo formato de concessão. Deputados federais que participaram da reunião desta quarta afirmaram à reportagem que houve avanços nos debates e que estão sendo estudados apenas aperfeiçoamentos no modelo de concessão com menor tarifa. Um dos organizadores da reunião, o deputado Toninho Wandscheer (PP-PR) afirmou em entrevista ao g1 que, ao fim do encontro, ficou claro que governo federal e o governo do Paraná estão de acordo quanto ao tipo de modelo a ser proposto. "Não existe divergência. Algumas coisas podem ser alteradas para melhor. Um projeto como esse, que vai durar trinta anos, ele até o último instante tem que ser aperfeiçoado", disse. Assista abaixo. Bancada do Paraná debate novo pedágio com ministro dos Transportes O formato analisado tanto pelo governo estadual quanto federal depende de depósito em dinheiro pelas empresas, que sobe conforme o desconto dado pelas concessionárias sobre a tarifa base no momento do leilão na Bolsa de Valores. A reportagem apurou que Renan Filho pediu cautela e que estuda diminuir ainda mais essa curva de aporte. Inicialmente, o aporte seria exigido das empresas apenas a partir de desconto de cerca de 12% sobre a tarifa base. Porém, o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) defendeu junto ao ministro a cobrança do depósito em dinheiro apenas a partir de descontos maiores, de 20%, por exemplo. O parlamentar disse acreditar que em poucas semanas já terão novos resultados das discussões. Wandscheer afirmou também que será formada uma comissão técnica de deputados federais e de um senador dedicados a se aprofundar nos estudos sobre o modelo. O deputado federal Aliel Machado (PV-PR) também participou da reunião e afirmou que também foi discutido como ficam a manutenção das estradas do Paraná enquanto o novo pedágio não é implantado. O parlamentar afirmou que deve haver uma nova reunião com o ministro para tratar especificamente desta questão, mas disse que o ministério garantiu R$ 439,5 milhões em recursos apenas para a manutenção das rodovias do estado em 2023. Reunião de integrantes da bancada do Paraná com o ministro dos Transportes Divulgação Leia também: PRF cria desvio e libera trânsito na BR-277 sentido litoral do Paraná Estrada da Graciosa e BR-376 são alternativas para viagem ao litoral do Paraná FOTOS: Arco-íris duplo é registrado em Foz do Iguaçu; entenda fenômeno Estradas em estado de 'calamidade' Durante a reunião, o ministro foi informado do ofício enviado pelo governador do Paraná em exercício, Darci Piana, cobrando celeridade na recuperação da BR-277 - parcialmente interditada após um afundamento na pista - e na própria definição sobre o pedágio. O setor produtivo e as pessoas que precisam da estrada somam transtornos e prejuízos. O presidente da Federação das Empresas de Transporte do Paraná (Fetranspar), Sérgio Malucelli, chamou a situação atual das rodovias do estado de "calamidade". "Não há dúvida de que a ausência de manutenção dos últimos dois anos levou a essa calamidade, era calamidade anunciada, não adianta politizar o tema, nós temos que resolver o problema, é muita gente falando e pouca solução. Nós já estamos com prejuízo de mais de R$ 100 milhões pelo atraso dos caminhões, aumento de 17% no consumo de diesel pelas péssimas rodovias que temos. Nós estamos pedindo clemência, não dá mais para circular pelas estradas paranaenses", afirma. Os antigos contratos de pedágio terminaram há cerca de um ano e três meses. Um novo modelo foi definido depois de dois anos de discussões e vinte audiências públicas, com representantes do governo, do Legislativo, setor produtivo e sociedade civil: mais de 3 mil quilômetros de concessão de rodovias federais e estaduais; quinze novas praças de cobrança; obras de duplicação e viadutos leilão por menor tarifa; sem limite de desconto. Os vídeos mais assistidos do g1 PR: Mais notícias do estado em g1 Paraná.