Atitudes simples afastam risco de infecções respiratórias no frio, orienta a Saúde de Curitiba
Clima seco e gelado típico do outono e inverno exige atenção especial à hidratação
Por Gazeta do Paraná

Curitiba tem exibido sua já conhecida característica de clima frio e seco e para atravessar esse período com bem-estar, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) destaca medidas preventivas acessíveis. A principal é garantir a vacinação contra a gripe, disponível para todas as pessoas com 6 meses de idade ou mais.
De acordo com a médica Marion Burger, do Centro de Epidemiologia da SMS, o clima seco e gelado típico do outono e inverno exige atenção especial à hidratação.
“O ar mais seco desidrata não só a pele, mas também a garganta, boca, nariz e olhos. É essencial ingerir bastante líquido para manter as mucosas hidratadas”, orienta Marion.
Outra recomendação é se proteger do ar gelado, especialmente ao sair de casa nas primeiras horas do dia. “Usar um lenço, cachecol ou até a máscara sobre o nariz e a boca ajuda a evitar que o ar frio atinja diretamente a garganta, o que resseca as mucosas e facilita a entrada de vírus e bactérias”, explica a médica, destacando o motivo de tantas infecções respiratórias serem comuns neste período.
Ventilação, máscara e higiene das mãos
Marion também relembra os cuidados que ganharam destaque durante a pandemia da covid-19 e que são úteis nessa época do ano, como o uso de máscara por pessoas com sintomas respiratórios ou por aquelas que pertencem a grupos de risco.
“Quem tem doenças crônicas, cardíacas ou pulmonares ou é idoso deve utilizar máscara para se proteger das gotículas presentes no ar que podem ser inaladas”, alerta a profissional.
Ela reforça que quem apresenta sinais de infecção, como tosse ou coriza, também deve adotar a proteção facial, evitando transmitir vírus a outras pessoas.
Além disso, é fundamental manter a higienização frequente das mãos, utilizando água e sabão sempre que possível ou álcool em gel 70%. A limpeza deve ser feita antes e depois de tocar os olhos, o nariz ou a boca.
Sempre que possível, opte por toalhas descartáveis, já que as de tecido podem acumular microrganismos e contaminar quem as compartilha.
A ventilação adequada dos ambientes também é destacada por Marion: “Há muitas pessoas com sintomas respiratórios e esses agentes infecciosos podem permanecer no ar. Por isso, é essencial renovar o ar dos espaços”, afirma.
Contudo, a médica esclarece que ventilar não significa deixar portas e janelas abertas o tempo todo, o que tornaria o ambiente desconfortavelmente frio.
A recomendação é abrir as janelas entre quatro e cinco vezes ao dia, por cerca de 15 minutos, permitindo a circulação do ar e a dispersão de partículas contaminantes.
Evitar locais cheios
Por fim, a orientação é evitar aglomerações, principalmente no caso de sintomas respiratórios. “É importante se resguardar para se recuperar e também proteger os outros, evitando a disseminação dos vírus. Sempre que possível, permaneça em isolamento durante o período sintomático”, reforça Marion, lembrando que a recomendação vale para todas as esferas da vida.
“Da mesma forma que não se deve ir à escola, também não é adequado frequentar shows ou ambientes lotados quando se está gripado ou com infecção respiratória”, pontua.
Como ocorre a contaminação
“Na maioria das vezes, a infecção não acontece porque alguém espirrou diretamente em nós, mas porque tocamos uma maçaneta ou outra superfície contaminada com gotículas de tosse ou espirro e, em seguida, levamos a mão ao nariz, boca ou olhos. Assim, os microrganismos penetram pelas mucosas e iniciam o processo infeccioso”, conclui a médica.
SMCS