Aos 67 anos, paranaense encontra 1ª professora e cita admiração: ‘Posso viver 100 anos que não vou esquecer’
Por Giuliano Saito
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Quando tinha seis anos, Elza aprendeu a ler e escrever com professora Odete na zona rural de Umuarama. Idosa recorda profissional com 'sorriso largo e bonito', vestida com saia pregada e lamparina na mão. Elza tem um carinho especial pela primeira professora que teve na vida. Arquivo Pessoal Um encontro especial marcou o Dia dos Professores, neste sábado (15), para duas mulheres que carregam uma já experiente trajetória de vida. Elza Seibert, de 67 anos, encontrou a primeira professora que teve na vida, quando ainda era uma criança de apenas seis anos. A idosa abraçou a, para ela, inesquecível professora Odete Maria, hoje com 80 anos, em Umuarama, no noroeste do Paraná. Sessenta e um anos separam as aulas na zona rural do abraço deste sábado. Mas as lembranças daquela época, em 1961, são mantidas vivas: um "sorriso largo e bonito", vestida com saia pregada e uma lamparina na mão. É assim que Elza se recorda da professora que a ensinou a ler e escrever. “Ela vinha e dava aquele abraço, aquele beijo na hora que a gente chegava, era inesquecível”, contou. Em 1961, Odete ainda estudava para ser professora, mas já dava aulas para os vizinhos do sítio na zona rural. Todos os dias, ao entardecer, ela recebia Elza e os cinco irmãos na sala de casa para dar as primeiras aulas. O carinho entre aluna e professora resistiu ao passar das décadas e mudanças de cidade. Depois de anos sem se encontrar, Elza fez questão de procurar a primeira professora quando retornou a Umuarama. “Eu posso viver cem anos que eu não vou esquecer ela. Hoje eu fico agradecida porque ela está aqui entre a gente ainda", celebrou. Para a professora, as lembranças da época também trazem boas emoções sempre que encontra a primeira aluna que teve no município. “É muito gostoso quando a gente se encontra e a gente fala do passado", disse Odete. Superação para ser professora “Eu me realizei como professora". Esta são as palavras de Odete, que com vocação para ser professora, desde pequena costumava juntar os sabugos de milho e brincar de dar aula para eles. Mas o caminho para a sala de aula não foi fácil. Odete precisou vencer o conservadorismo do pai, que muitas vezes não a deixava ir para a escola, para conseguir estudar e se formar. “Foi muito difícil para mim, mas graças a Deus eu consegui porque eu tinha muito desejo no meu coração de me formar e ser professora, então eu venci as batalhas”, relembrou. Odete lecionou até os 59 anos em diferentes escolas da região e colecionou participações na formação de muitos estudantes. Agora, aos 80, ela se sente grata por ter a oportunidade de passar não só conhecimento para as crianças, mas também amor. O carinho entre aluna e professora dura há quase 60 anos. Colaboração Importância do professor Para Elza, a relação entre aluno e professor é especial. A idosa acredita que o amor e o carinho passados pelo docente às crianças são essenciais e fazem a diferença na vida do aluno. “Professor é a base de tudo na vida de uma pessoa. Eu peço a Deus que abençoe eles cada dia mais”. A opinião é endossada pela professora Odete, que também frisa a relevância do profissional na formação da sociedade. “Além de ser uma transmissora de conhecimento e que participa na formação dos alunos é como se a gente fosse uma mãe de um monte de filhos”, afirmou. Os vídeos mais assistidos do g1 PR: Leia mais notícias em g1 Paraná.
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