Ala Materno Infantil do HUOP completou um ano neste mês
Ala Materno bate marca de quase 3.700 nascimentos e reforça modelo humanizado de atenção à saúde da mulher e do recém-nascido

Com mais de 15 mil consultas, 1.977 partos normais, 1.618 cesáreas e 3.698 nascidos vivos registrados entre abril de 2024 e março de 2025, a Ala Materno Infantil Elvira Feiten Franz, do Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP), completa seu primeiro ano de funcionamento consolidada como referência regional no atendimento a gestantes e recém-nascidos. A estrutura possui três andares/blocos e toda a estrutura médica e clínica, que conta com 70 leitos adultos e 98 berços (incluindo UCI e UTI Neonatal), ocupa uma área de 5.127,54 m² e recebeu um investimento superior a R$ 19 milhões para oferecer uma assistência moderna, humanizada e de alta complexidade.
A ala homenageia Elvira Feiten Franz, enfermeira e parteira que se tornou símbolo do cuidado materno-infantil em Cascavel. Servidora pública estadual, Elvira faleceu em 1978, mas seu nome segue como referência entre os profissionais da saúde que atuam com gestantes e lactantes.
Segundo a coordenadora da residência de enfermagem obstétrica do hospital, Alessandra Engels, um dos principais avanços da nova estrutura é a garantia de privacidade e dignidade para as mulheres atendidas na unidade.
Atualmente, as gestantes são acolhidas em quartos individualizados, onde permanecem durante todo o processo de parto. “O bebê nasce nesse quarto e continua sendo cuidado ali. Ele só sai de perto da mãe se for necessária uma avaliação mais complexa com a pediatria. Caso contrário, toda a equipe presta assistência dentro do próprio quarto, respeitando a privacidade da mulher e da família”, explica Alessandra.
A mudança estrutural também contribuiu na organização interna da equipe e no fluxo de atendimentos. O novo centro obstétrico foi dividido em três postos, cada um com uma função específica. O Posto 1 é destinado a mulheres internadas por intercorrências clínicas durante a gestação, como hipertensão, diabetes gestacional ou complicações renais.
Já o Posto 2 concentra os atendimentos de partos normais. “A equipe que atua ali é especializada em boas práticas obstétricas, oferecendo condições ideais para um parto humanizado e seguro”, destaca Alessandra. O Posto 3, por sua vez, é voltado aos cuidados cirúrgicos, como cesarianas.
Além desses três núcleos, a entrada da ala materno-infantil conta com uma estrutura específica para acolhimento, classificação de risco e atendimento ambulatorial. Uma enfermeira realiza a triagem inicial e, conforme a necessidade, a paciente é encaminhada para consulta médica, medicação ou internação em um dos postos.
“Hoje, conseguimos atender cada mulher conforme as especificidades da sua condição, com uma equipe organizada, estruturada e atenta às necessidades de cada caso. É um avanço muito importante tanto para as pacientes quanto para os profissionais que atuam aqui”, finaliza Alessandra.
Apesar da estrutura moderna e dos números expressivos, a unidade ainda enfrenta desafios para atender toda a demanda de gestantes e puérperas que buscam assistência. Como referência para Cascavel e toda a região, a ala recebe mulheres de risco habitual, intermediário e alto risco, o que, em alguns momentos, sobrecarrega a capacidade de acolhimento.
A coordenadora da residência de enfermagem obstétrica reconhece que, mesmo com uma estrutura ampla e sistematizada, houve situações em que pacientes ficaram temporariamente nos corredores devido à falta de leitos disponíveis. "Por vezes, apesar de termos tantos leitos, tivemos períodos em que mulheres ficaram nos corredores porque atendemos uma demanda muito grande. Somos referência para a região, e todas as pacientes são assistidas dentro de suas necessidades, mas o fluxo pode ser intenso", explica.
Além da superlotação, outro grande desafio é receber gestantes com pré-natal incompleto ou que chegam ao hospital sem entender plenamente sua condição clínica. "É um desafio diário lidar com mulheres em trabalho de parto que não sabem o que está acontecendo com seu corpo, que não tiveram acesso a todos os exames necessários ou que chegam sem informações básicas sobre sua saúde", relata Engels.
A solução, segundo ela, passa por uma articulação mais forte com a atenção primária – unidades básicas de saúde e municípios da região – para garantir que as gestantes tenham acompanhamento adequado desde o início da gravidez.
A equipe do HUOP trabalha para oferecer um atendimento baseado em evidências científicas, garantindo que cada mulher tenha uma experiência positiva, mesmo diante das dificuldades estruturais. "Nosso objetivo é valorizar a queixa de cada paciente, assegurar que ela seja bem atendida e que saia daqui com uma boa experiência, apesar dos desafios", afirma Engels.
HUOP
O HUOP, hospital-escola vinculado à Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), possui atualmente 368 leitos, ambulatórios de especialidades, centro cirúrgico, centro obstétrico, UTI adulto, pediátrica e neonatal, pronto-socorro, diagnóstico por imagem, radiologia e banco de leite humano. Ao todo são mais de 21,6 mil metros quadrados.
Créditos: Da redação