Agosto Lilás: Estado intensifica campanha de combate a violência contra a mulher

O objetivo é promover ações educativas para prevenção, e também ações policiais integradas contra os diversos tipos de violências de gênero, com destaque ao feminicídio.

Por Eliane Alexandrino

Agosto Lilás:  Estado intensifica campanha de combate a violência contra a mulher Créditos: Assessoria

Eliane Alexandrino/Cascavel

 

O mês de agosto será marcado pela campanha do “Agosto Lilás” em todo o Brasil e no Paraná o Governo do Estado também intensifica ações de combate a violência contra a mulher. 

Teve início nesta sexta-feira (1º) a Operação Shamar e seguirá até 4 de setembro, pela coordenação do Ministério da Justiça e Segurança Pública de combate à violência contra a mulher. 

O Programa prevê a promoção de ações educativas para homens e mulheres, bem como a intensificação das ações policiais integradas contra os diversos tipos de violências de gênero, com destaque ao feminicídio.  A ação foi realizada em conjunto com o Programa Mulher da SESP (Segura da Secretaria da Segurança Pública do Paraná) que foi lançado no ano passado. 

Ao todo 20 cidades do estado que receberam as ações do programa tiveram redução de 37,93% de crimes de feminicídio em 2024, segundo o levantamento da SESP, de abril a novembro do ano passado, comparado com o mesmo período de 2023.O número de ocorrências também caiu de 29 para 18 casos, ou seja, pelo menos 11 mulheres tiveram suas vidas preservadas. 

“A violência contra a mulher é um problema que atinge todas as etnias, religiões, escolaridades e classes sociais. É uma violação de direitos humanos e liberdades fundamentais. Apesar disso, ainda é tolerada e aprendida entre gerações e é exatamente por essa razão que o Paraná tem inserido em seu portfólio ações prioritárias de combate à violência de gênero”, afirma Luciana Novaes, delegada-chefe da Divisão de Polícia Especializada da PCPR.

Em Cascavel, segundo dados da Delegacia de Homicídios, ao longo de 2024 foram 3 feminicídios, e este ano até o momento, duas mulheres foram assassinadas na cidade pelo fato de serem mulheres. A Gazeta do Paraná conversou com a Delegada Adjunta da Delegacia da Mulher, Graziela Lopes, que afirmou que serão intensificados os mandados judiciais ao longo do mês.

“Recebemos uma média entre 8 a 10 atendimentos que envolve descumprimento de medida protetiva, ou mandatos, por exemplo. Estaremos intensificando a execução de mandados judiciais e demais ações nas próximas semanas. Nossa orientação a mulher que sofre qualquer tipo de agressão é que procure a delegacia mais próxima. Ficar atenta, pois às vezes uma situação de injúria pode levar a uma agressão, e evitar uma possível tragédia”, alerta. 

A Polícia Civil do Paraná irá reforçar a execução de mandatos, por exemplo, também nas Delegacias da Mulher de Cianorte, Guarapuava, Maringá e Londrina. 

“O objetivo é impulsionar a realização de diligências, a execução de mandados judiciais e demais ações de polícia judiciária relacionadas aos delitos alvos da iniciativa. Além das delegacias especializadas, a PCPR também orienta as demais unidades policiais do Paraná para que atuem de forma coordenada visando a captura de indivíduos condenados ou investigados por crimes contra mulheres”, afirma a PCPR.

 

Ações educativas nas escolas

Também estão previstas ações educativas, como palestras e panfletagens em escolas, empresas e espaços públicos, direcionadas a adolescentes e homens. A ideia é promover a conscientização sobre o tema da campanha por meio da informação e do diálogo para fortalecer a rede de proteção das vítimas.

“Este é também um momento de reflexão, para demonstrarmos que a violência contra mulher vai muito além das marcas físicas. Reconhecer a violência de gênero é o primeiro passo para mudanças, buscando mais equidade para a mulher em todos os espaços”, completou Novaes.

Este é o terceiro ano seguido que a PCPR adere à iniciativa do MJSP. A Operação Shamar é parte da Política Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres, que busca prevenir e combater todas as formas de violência contra este grupo. A operação recebeu o nome Shamar pela origem hebraica da palavra, que significa cuidar, guardar, zelar e proteger.

 

Foto: Assessoria

 

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