Acusada de 'rachadinha', Fabiane Rosa tem pena reduzida de 41 para 7 anos de prisão pelo TJ-PR; ex-vereadora responde em liberdade
Por Giuliano Saito
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Ex-vereadora foi investigada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) após denúncia de assessores em 2020. Ex-vereadora Fabiane Rosa tem pena por peculato e concussão reduzida após julgamento de recurso Divulgação/ Câmara de Curitiba A ex-vereadora de Curitiba Fabiane Rosa teve a pena dos crimes de peculato e concussão reduzida para sete anos e seis meses, em regime de prisão semiaberto, após o julgamento de recurso apresentado pela defesa ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), na quinta-feira (20). Após ser denunciada por assessores, a ex-vereadora foi investigada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) em 2020 e foi presa por cometer "rachadinha", quando o político exige dos funcionários parte do salário. Em abril de 2022, Rosa havia sido condenada a 41 anos e cinco meses de prisão pelos crimes de concussão e peculato cometidos durante mandato na Câmara Municipal da capital. Ela recorreu da decisão em liberdade e sem o uso de tornozeleira eletrônica. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Jean Paulo Pereira, advogado responsável pela defesa da ex-vereadora, afirmou que o processo ainda não transitou em julgado, ou seja, ainda cabem recursos. Além disso, reforçou que Fabiane Rosa permanece em liberdade até o trânsito em julgado. O g1 aguarda retorno do MP-PR. Continuidade Delitiva No recurso a defesa da ex-vereadora argumentou continuidade delitiva, – quando o agente pratica dois ou mais crimes da mesma espécie, em sequência, com a mesma condição de tempo, lugar e modo de execução. Nestes casos, os crimes são considerados como continuação do primeiro. Rosa respondia por 15 crimes de concussão e um de peculato. No julgamento de abril de 2022, a juíza considerou as 16 acusações de maneira individual e somou as penas, resultando na condenação de 41 anos e cinco meses de prisão. Com a decisão do TJ-PR considerando continuidade delitiva, ocorreu a condenação por um dos crimes de concussão, mais aumento de fração pelos outros, além da soma pelo crime de peculato. Desta forma, a pena foi reduzida para sete anos e seis meses. Vídeo gravado em 2018 mostra assessora repassando dinheiro à vereadora Fabiane Rosa, segundo MP-PR Reprodução/RPC Marido também teve pena reduzida Na decisão, o marido da ex-parlamentar, Jonatas Joaquim da Silva, também teve a pena reduzida para oito anos e quatro meses de prisão em regime fechado. Inicialmente ele havia sido condenado a 22 anos. Por ser Guarda Municipal, a magistrada também havia determinado a Jonatas a perda do cargo, que foi mantida na decisão do TJ-PR. A defesa de Jonatas, também feita por Jean Paulo Pereira, afirmou que aguarda a disponibilidade do acórdão para poder disponibilizar mais informações sobre a situação do condenado. A investigação de 'rachadinha' A prática de rachadinha consiste no repasse de um servidor público ou prestador de serviços da administração de parte da remuneração recebida para políticos e assessores. Documentos obtidos pela RPC mostram que pelo menos três pessoas disseram ao MP-PR que participaram do esquema de "rachadinha" no gabinete da vereadora, entre 2016 e 2018. No início das investigações, essas pessoas eram assessoras de Fabiane Rosa: duas mulheres e um homem. Ao MP-PR, segundo os documentos, os assessores disseram que, em fevereiro de 2018, foram chamados por Fabiane Rosa para uma reunião, que aconteceu em frente à casa da vereadora. De acordo com eles, como já desconfiavam que o assunto seria a "rachadinha", resolveram gravar a conversa. No encontro, conforme os ex-funcionários, Fabiane pediu o repasse de parte dos salários deles. Os ex-assessores afirmaram aos promotores que o valor repassado para a vereadora dependia do tamanho do salário. Segundo eles, quem ganhava mais, repassava mais. Os depoimentos apontam que o suposto esquema de "rachadinha" no gabinete de Fabiane Rosa não envolvia somente desconto nos contracheques. Ex-assessores disseram ao Ministério Público que também pagavam despesas pessoais da vereadora. LEIA TAMBÉM: Bandidos explodem agência bancária em Nova Santa Rosa Jovem morre baleado durante assalto em rua de Ponta Grossa, diz PM Homem é preso suspeito de vender ingressos clonados de show do Coldplay para mais de 10 pessoas VÍDEOS: mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias no g1 Paraná.
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