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'A justiça do homem já foi feita e eu espero que a de Deus será feita também', diz mãe de jovem morto por serial killer em Curitiba

Por Giuliano Saito


Roselene Bozzana falou sobre a morte do filho Marco Vinício Bozzana da Fonseca no programa Encontro, da Globo. José Tiago Correia Soroka foi condenado a mais de 104 anos de prisão por matar 3 homens. História foi tema do Linha Direta de quinta-feira (1º). 'A justiça do homem já foi feita e eu espero que a de Deus será feita também', diz mãe "A justiça do homem já foi feita e eu espero que a de Deus, eu confio nela, será feita também". Estas são as palavras de Roselene Bozzana, mãe de Marco Vinício Bozzana da Fonseca, de 25 anos, estudante de medicina morto por José Tiago Soroka em maio de 2021. José Tiago foi condenado em 2022 a mais de 104 anos de prisão por roubar e matar homossexuais em Curitiba. O caso foi relembrado no Linha Direta, da Globo, na quinta-feira (1º). Nesta sexta (2), Roselene falou sobre o caso no programa Encontro. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram No programa, a mãe de Marco contou que conversava com o filho por aplicativos de mensagem todos os dias no fim da noite. No dia do crime, ela não conseguiu contato com Marco. Ele era do Mato Grosso do Sul, mas se mudou para Curitiba para estudar. "Foi dando oito horas, oito e meia e nada. Tinha horas que recebia mensagens no celular, outras horas que não e não respondia. Meu coração já foi se agoniando", contou. A última vez que Roselene conseguiu conversar com o filho, lembra ela, foi na tarde do dia 4 de maio, um dia antes de o corpo do rapaz ser encontrado pela polícia. Roselene contou que participou do programa comandado pelo jornalista Pedro Bial para poder ajudar outros pais que perderam um filho. "Gravei o programa pra ver se eu consigo tocar mais o coração dos pais, se eu consigo ajudar mais as pessoas pra que isso não continue se repetindo, porque acontece. Não fui a única mãe que perdeu um filho e nem vou ser a última", falou. Roselene Bozzana fala sobre a morte de filho no programa Linha Direita, na Globo. Reprodução Mãe guarda pertences do filho Além de lembranças na memória, Roselene guarda com carinho um cobertor que pertencia a Marco. O mesmo objeto, de acordo com ela, foi usado pelo criminoso para sufocar e matar o estudante. "Tinha pouco de sangue na coberta. Eu fui pra lá uma semana para arrumar as coisas dele, lavei e não saiu tudo, mas desde lá eu já me cobria com ela", relatou. Desde que o filho morreu, Roselene disse que busca no outro filho a força para continuar vivendo. "Depois que o Marcos morreu, mesmo quando eu fiz cinquenta anos, o meu caçula foi lá e comprou um anelzinho e falou: 'Mãe, isso aqui é um presente meu e do meu irmão'. Era um propósito deles me trazer alegria, porque eu vivi por eles e eu quero agora retribuir fazendo meu filho continuar", falou. Sonho de Marco era se tornar médico, por isso se mudou para Curitiba. Arquivo Pessoal Serial killer roubava e matava homossexuais em Curitiba Além de Marco, José Tiago confessou a morte de mais dois homens: um professor e um enfermeiro. Desde então, ele permanece preso. O condenado foi identificado e localizado por meio de uma quarta vítima, que sobreviveu. José Tiago Correia Soroka foi considerado culpado pelos crimes de latrocínio, roubo agravado, extorsão e homofobia. Os crimes foram cometidos às terças-feiras, em semanas consecutivas. Segundo a polícia, elementos apurados ainda no inquérito demonstravam que José Tiago tinha motivação de ódio e planejava fazer uma vítima por semana. O g1 tenta contato com a defesa. PodParaná: Da motivação à captura, serial killers marcam investigações policiais do estado Conclusão: Crimes cometidos por serial killer 'têm forte significado homofóbico', aponta laudo psicológico Ainda nas investigações, a polícia apurou que o serial killer usava aplicativos de encontros para ir até a casa das vítimas e, no local, estrangulava os homens e saía levando pertences deles. José Tiago Soroka foi preso suspeito de matar homens homossexuais em Curitiba e Santa Catarina Reprodução/RPC O caso O trabalho de investigação foi conduzido por policiais civis do Paraná e de Santa Catarina. O primeiro crime aconteceu em 16 de abril de 2022, em Abelardo Luz (SC). À época, Robson Olivino Paim foi encontrado morto. No mesmo ano, em Curitiba, José Tiago matou David Júnior Alves Levisio, em 27 de abril, e Marco Vinício Bozzana da Fonseca, no dia 4 de maio. Depois disso, a quarta vítima sobreviveu em 11 de maio de 2022. Segundo a polícia, José Tiago é de Palmas, no sul do Paraná, e passou a infância em Abelardo Luz, cidade onde matou o primeiro homem. Ele morava em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), na época dos fatos. José Tiago tem dois filhos. Ele tem passagem por roubo, em 2015 e 2019, e também uma medida protetiva pedida por uma ex-namorada. José Tiago Correia Soroka foi preso em Curitiba Polícia Civil/Divulgação VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Veja mais notícias do estado em g1 Paraná.