*Josiane Maria Vendrame

O dia das/os professoras/os no Brasil foi proposta em 1947, tendo como origem o Decreto de Dom Pedro I de 1827, que criou o ensino elementar e estabeleceu escolas de primeiras letras em todo país e oficializada em outubro de 1967, se tornando feriado Nacional.

Apesar de ser uma data importante para homenagear os profissionais do magistério e reconhecer sua importância social e formativa, não podemos deixar de refletir sobre a realidade da profissão no Brasil, uma realidade de desvalorização, baixos salários, falta de investimento, más condições de trabalho, sobrecarga, violência, adoecimento e culpabilização das/os professoras/es pelas mazelas sociais de um país, tão desigual como o nosso.

Ao ler um artigo outro dia - Professor: A Profissão Que Pode Mudar um País (EVANGELISTA O. ; TRICHES J .), não me surpreendi o quanto o texto evidencia o processo de desqualificação da profissão docente, sob o “slogan” da construção de um “Brasil mais desenvolvido, mais justo, com oportunidade para todos!” Recaindo sobre os ombros das/os professoras/os o desenvolvimento econômico do país e impondo a adesão dos professores ao projeto histórico burguês contemporâneo. 

O ideário de um SUPERPROFESSOR, cuja excessivas atribuições não encontram correspondência nem em sua formação, nem em suas condições de trabalho, muito menos na famigerada valorização e reconhecimento que tanto se fala desde Dom Pedro I. Dentre os principais impactos dessa desvalorização está a perspectiva de um “apagão docente” em nosso país, ou seja, não teremos mais professoras/es em um futuro próximo.

Embora a situação seja catastrófica, hoje é dia sim de comemorar por termos professoras e professores realmente comprometidos com a tarefa de garantir o “Direito a Educação” das nossas crianças, adolescentes, jovens e adultos desse país a partir de uma Educação de Qualidade que leve os sujeitos a desvelar a realidade cujo estão inseridos a partir dos conhecimentos filosóficos, artísticos e históricos acumulados, formando todas/os os/as profissionais desse Brasil afora e para além disso, humanizando os sujeitos para a transformação da sociedade.

Nesse 15 de outubro precisamos reafirmar nossa LUTA pelo aumento de financiamento para a garantia do “Direito a Educação” da nossa população, condições dignas de trabalho, carreira e valorização docente, para que isso não seja apenas promessas e palavras bonitas. 

“NEM HERÓI, NEM CULPADO, PROFESSOR TEM QUE SER VALORIZADO !”

Josiane Maria Vendrame,  Mestra em Educação e Professora da Rede Pública Municipal de Ensino de Cascavel