'Sheik dos Bitcoins': Quem é o suspeito de liderar fraudes bilionárias no Brasil e no exterior
Por Giuliano Saito

Francisley Valdevino da Silva é suspeito de intermediar movimentação de cerca de R$ 4 bilhões por meio de fraudes. Em nota, ele diz estar à disposição para esclarecimentos à polícia. Francisley Valdevino da Silva, conhecido como 'Sheik dos Bitcoins' Reprodução/Jornal Hoje Francisley Valdevino da Silva, conhecido como "Sheik dos Bitcoins", é suspeito de liderar uma quadrilha investigada por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas, com vítimas no Brasil e no exterior. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram A Polícia Federal (PF) afirmou que o suspeito intermediou a movimentação de cerca de R$ 4 bilhões no Brasil por meio de fraudes envolvendo pirâmide financeira com comercialização de criptomoedas, lavagem de ativos e crimes contra o sistema financeiro. O homem é suspeito de cometer crimes pelo menos desde 2016. Entenda como funcionava a fraude e veja mais detalhes da investigação abaixo. Em nota, Francisley Valdevino da Silva disse que "está à disposição para esclarecimentos à polícia". Polícia Federal faz operação contra fraudes com criptomoedas Quem é o Sheik Francisley Valdevino da Silva é suspeito de fraude bilionária Reprodução/Jornal Hoje Segundo a polícia, Francisley se apresenta como Francis Silva e é natural de São Paulo, mas se estabeleceu em Curitiba. Na capital paranaense ele desenvolveu uma empresa do ramo da tecnologia. De acordo com a PF, o suspeito possui mais de cem empresas abertas no Brasil vinculadas a ele. A investigação indica que ele usava o dinheiro arrecadado nas fraudes para a compra de imóveis de alto valor, carros de luxo, embarcações, roupas de grife, joias, viagens, aviões e para fazer doações a igrejas. Ainda conforme a PF, ele recebeu o apelido de "Sheik dos Bitcoins" pela imprensa. Leia também: 'Rei do Bitcoin' é condenado por estelionato e crimes contra o sistema financeiro Em operação deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (6), em endereços ligados ao suspeito foram apreendidos barras de ouro, dinheiro em espécie, joias, carros e relógios de luxo. Como funcionava o golpe De acordo com a investigação, o grupo liderado por Francisley prometia o aluguel de criptomoedas com pagamento de remunerações mensais que poderiam alcançar até 20% do capital investido. Conforme a polícia, milhares de vítimas foram lesadas por confiarem nos serviços prometidos pelas empresas do suspeito. Aos clientes, segundo a PF, as empresas diziam ter vasta experiência no mercado de tecnologia e criptoativos e possuir uma grande equipe que faria operações de investimento com as criptomoedas para gerar lucros. Entre as vítimas do Sheik está Sasha Meneghel, que segundo a PF teve um prejuízo de cerca de R$ 1,2 milhão. Segundo a polícia, a filha da apresentadora Xuxa investiu na empresa e não recebeu os valores investidos. A investigação mostrou que nunca existiu atividade comercial pelo grupo, e que o dinheiro arrecadado era gasto por Francisley. Operação da PF fez buscas contra grupo investigado por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas no Brasil e no exterior Divulgação/Polícia Federal 'Modus operandi' A PF disse que o suspeito fazia grandes doações para igrejas, fator que, segundo a PF, alavancou a atuação do golpe. "Ele se inseriu em um meio religioso e conseguiu que grandes representantes desse meio investissem e virassem sócios minoritários daquela plataforma. Dessa forma ele arrecadava clientes desse meio religioso", explicou Filipe Hille Pace, delegado da Polícia Federal. Ainda conforme o delegado, o esquema começou a ruir no fim de 2021, quando Francisley não conseguiu mais pagar o que devia aos clientes. Investigados por fraudes envolvendo criptomoedas no Brasil e no exterior usavam parte do dinheiro para compra de relógios e outros itens de luxo Divulgação/Polícia Federal Investigações O delegado da PF disse que a investigação contra o suspeito começou em março deste ano, depois de um pedido de cooperação policial internacional feito pela Interpol. O pedido informava sobre uma investigação que identificou uma organização criminosa, liderada por Francisley, em Curitiba. Operação da PF mira organização investigada por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas no Brasil e no exterior Divulgação/Polícia Federal A investigação apontou que a quadrilha aplicava golpes desde 2016 e que há registros de fraudes em pelo menos onze países. A polícia destacou que na lista de vítimas também estão jogadores de futebol, que não tiveram os nomes revelados. Quadrilha liderada por brasileiro utilizava dinheiro de fraudes envolvendo criptomoedas para compra de imóveis de alto padrão, segundo a polícia Divulgação/Polícia Federal Leia também: Sequestro do tio do Sheik do Bitcoin foi motivado por dívida com investidor, diz Polícia Civil A investigação apontou que alguns membros da família de Francisley também se envolveram nas fraudes. De acordo com a PF, os familiares eram funcionários das empresas, e se apropriavam dos valores investidos pelas vítimas. O que diz o suspeito Em nota ao g1, a defesa de Francisley Valdevino da Silva afirmou que a operação deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (6) é "medida usual em procedimentos investigatórios dessa natureza". O suspeito também disse que está disponível para prestar esclarecimentos na esfera judicial e extrajudicial "com escopo de comprovar a efetiva regularidade e licitude das operações empresarias, bem como de todas minhas condutas". VÍDEOS: mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias no g1 Paraná.
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