Sem lugar definido? Prefeitura descarta Parque de Exposições para construção do novo Centro de Convenções

Com custo estimado em R$ 150 milhões, o projeto precisa ficar pronto e aprovado até novembro, devido às restrições do calendário eleitoral de 2026

Por Gazeta do Paraná

Sem lugar definido? Prefeitura descarta Parque de Exposições para construção do novo Centro de Convenções Créditos: Reprodução

 Por Eliane Alexandrino

Cascavel projeta a construção de um novo Centro de Convenções e Eventos, capaz de atender às demandas da cidade. O turismo de eventos  atrai cada vez mais pessoas para Cascavel. Diversas áreas foram avaliadas para abrigar o empreendimento, mas ainda não há definição sobre o local onde ele será construído.

O novo projeto depende de recursos estaduais e federais, com custo estimado em R$ 130 milhões pela Secretaria de Turismo, hoje sob o comando do ex-prefeito Leonaldo Paranhos. O novo espaço também contará com verbas do deputado federal Nelsinho Padovani (União Brasil); portanto, o projeto precisa ser protocolado até novembro deste ano.

O anúncio da construção do novo local chegou a ser feito na inauguração do Espaço Hub, nas dependências do antigo Terminal de Transporte Público Oeste. Na época, o ex-prefeito Paranhos disse que Cascavel ganharia um novo centro de convenções e eventos e também um mercado municipal.

A área, de aproximadamente 50 mil metros quadrados, estaria localizada às margens da PR-486, na saída para o município de Tupãssi.

A Gazeta do Paraná conversou com o presidente da SRO (Sociedade Rural do Oeste), Devair Bortolato, sobre a mudança, já que o novo centro seria construído no terreno do Parque de Exposições Celso Garcia Cid.

“Pra nós, nada muda. O cancelamento foi por questão de tempo, o município não conseguiria fazer o projeto em tempo hábil. Nós vamos continuar aqui e a prefeitura vai ver outro local para executar o novo centro de convenções. Nós, da SRO, não interferimos em nada, foi uma decisão deles a mudança de local”, explica.

No início do mês de abril deste ano, por meio de uma nota, o município informou à Gazeta do Paraná que, além do Parque de Exposições, também estaria avaliando outras áreas.

Sobre o atual prédio do Centro de Convenções e Eventos de Cascavel, há estudos para transformar o espaço em um mercado municipal.

A Gazeta do Paraná questionou o município sobre qual seria o novo local para a construção do empreendimento, mas fomos informados de que não há nenhum local definido.

 

Espaço atual já foi palco de grandes eventos

O prédio atual foi inaugurado em 2000 e já recebeu grandes eventos transmitidos em rede nacional, como o On The Road — o maior encontro de motociclismo do Sul do mundo —, realizado nos anos de 2001, 2003 e 2005.

Outro grande evento que movimentou a cidade foi o Carburator Day, em 2023, que trouxe participantes de vários países. Centenas de veículos antigos, da região e de outros estados, fizeram parte das exposições.

Atualmente, o espaço é considerado uma estrutura antiga, com deficiências estruturais e pequena para o porte da cidade, que já ultrapassa 350 mil habitantes. Ou seja, não comporta mais toda a demanda de Cascavel.

 

Advogado critica decisão

“Cascavel cresceu e o atual espaço não dá mais suporte a grande demanda. Empresários estão deixando de investir na cidade, sem contar os hotéis e restaurantes que também perdem com a falta de grandes eventos. Um terreno de 40 mil metros não dará suporte é pequeno, e a área escolhida para saída para Tupãssi também não é adequada, tem que ser um espaço de fácil acesso, anexo às rodovias e não fundo de vale”, pontua o advogado Augusto Bittencourt.

 

Projeto tem que ser executado até novembro

Em recente reunião na Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel), com a presença de representantes de 70 entidades do Codesc (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Sustentável de Cascavel), o município apresentou o projeto do Centro de Eventos, desenvolvido com o uso de inteligência artificial. Entre os terrenos alternativos, foram apontadas duas opções: uma no fim da Avenida das Torres, na região Oeste, e outra na saída para Tupãssi.

A Gazeta do Paraná conversou com o presidente do Codesc, Ricardo Lora, que explicou em que fase está o andamento do projeto.

“Participei da reunião. Por ora, está garantido o recurso de até R$ 150 milhões, provenientes do Governo do Estado, por meio do secretário de Turismo, Leonaldo Paranhos. Estamos na fase de contratação dos projetos. Como o ano que vem é eleitoral, a partir de abril não será mais possível encaminhar projetos. Por isso, precisamos que o projeto esteja pronto até novembro”, explica.

O custo do projeto está orçado em R$ 1,5 milhão, mas parte dos serviços será executada pela Secretaria de Obras do município. A Acic também vai colaborar com R$ 500 mil para auxiliar na execução do projeto.

“Na próxima semana, vamos confirmar outro valor com o Comtur [Conselho Municipal de Turismo], ainda a definir. Além disso, o governador solicitou que entreguemos um estudo de viabilidade para garantir que a obra seja executada. Já identificamos alguns terrenos, que passaram por análise. São duas áreas aprovadas: uma na saída da Barão Rio Branco e outra na continuação da Avenida das Torres. Cada espaço tem mais de 100 mil metros quadrados. E quem vai decidir é o prefeito”, acrescenta Lora.

 

IA – Inteligência Artificial ajudou na elaboração do projeto

Lora também contou à Gazeta do Paraná que, para chegar às duas opções de terrenos, contou com a ajuda da inteligência artificial.

“Nós fizemos um diagrama apontando quais são as forças e fraquezas de cada uma das áreas. Na sequência, cruzamos todos esses dados, analisando a distância até o aeroporto e o centro, o tamanho da área, o impacto na vizinhança... Com essa ferramenta, chegamos às pontuações que destacaram as duas áreas: a região da Avenida das Torres e a saída para Tupãssi.”

 O estudo também levantou a demanda de mercado e de infraestrutura, além do número de empresas, entidades setoriais e universidades que podem gerar eventos para o calendário da cidade. Também foi realizado um levantamento sobre hospedagem, considerando o número de quartos em um raio de 5,5 km, além de outros serviços úteis.

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