Radares em Curitiba: multas milionárias e licitações fraudulentas
Marcos Formighieri detalhou a "roubalheira" dos radares na cidade de Curitiba
Por Bruno Rodrigo
Em uma edição recente do programa Tijolinho, do GCast, o podcast da Gazeta do Paraná, o diretor do jornal, Marcos Formighieri, trouxe à tona uma discussão crucial sobre a situação dos radares em Curitiba e no estado do Paraná. Suas falas revelam um cenário de roubalheira institucionalizada, licitações fraudulentas e um sistema de multas que parece ter sido criado para enriquecer quadrilhas em detrimento da população. O foco principal de Formighieri foi a capital paranaense, onde mais de 150 pontos de radares operam em um esquema que arrecada milhões de reais mensais, sem que haja transparência sobre o destino desse dinheiro.
Formighieri inicia sua análise destacando que, enquanto nas rodovias federais a "roubalheira tomou conta", nas estaduais há uma lei que proíbe a instalação de radares. No entanto, essa legislação parece ser ignorada, e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) não se pronuncia sobre o assunto. Essa omissão permite que quadrilhas enriqueçam às custas dos motoristas, que são multados em trechos onde a fiscalização deveria ser proibida.
O diretor do jornal fez também um elogio ao prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel, e ao prefeito de Cascavel, Renato Silva, por cumprirem promessas de campanha que beneficiam diretamente a população. Em Cascavel, a gratuidade do transporte coletivo aos domingos e feriados é um exemplo de medida que atende ao interesse público. Já em Curitiba, Pimentel decretou a redução da tarifa do transporte coletivo, uma ação que impactou positivamente milhares de curitibanos. No entanto, enquanto essas medidas são louváveis, o problema dos radares na capital paranaense continua sendo uma ferida aberta.
Roubalheira institucionalizada
Curitiba possui mais de 150 pontos de radares, e Formighieri não hesita em classificar o sistema como uma "roubalheira institucionalizada". Ele relembra que o prefeito Eduardo Pimentel prometeu sinalizar todos os pontos de radar na cidade, uma medida que já está em andamento. A expectativa é que todos os 150 pontos sejam devidamente sinalizados, o que pode trazer mais transparência e segurança aos motoristas. No entanto, o problema vai além da falta de sinalização.
Formighieri denuncia que a licitação que permitiu a instalação dos radares em Curitiba foi fraudulenta. A juíza responsável pelo caso chegou a ordenar o cancelamento do edital quando ele foi lançado, mas, mesmo assim, o processo seguiu adiante. Essa licitação fraudulenta possibilitou a contratação de quatro empresas, organizadas em dois consórcios, que hoje "assaltam" os motoristas curitibanos. O diretor do jornal questiona: para onde está indo o dinheiro arrecadado com as multas?
Os números apresentados por Formighieri são alarmantes. Em Curitiba, os radares arrecadam cerca de 300 milhões por ano. Em Ponta Grossa, a mesma “quadrilha” opera um esquema semelhante, arrecadando milhões de reais anualmente. O questionamento central é: para onde está indo todo esse dinheiro? Formighieri lembra que a receita de multas não vai para o orçamento municipal, o que aumenta a desconfiança sobre o uso desses recursos.
O diretor do jornal faz um apelo ao prefeito Eduardo Pimentel para que tenha acesso à documentação da licitação fraudulenta e tome medidas para romper os contratos com as empresas envolvidas. Ele expressa confiança de que Pimentel, que já demonstrou compromisso com a população em outras áreas, poderá resolver esse problema e acabar com a quadrilha dos radares.
"Assalto" ao Motorista
Formighieri não poupa críticas ao sistema de multas de trânsito em Curitiba, que ele classifica como um "assalto ao motorista curitibano". A licitação fraudulenta permitiu a criação de um esquema que beneficia poucos em detrimento da maioria. O diretor do jornal reforça que não é possível que a população continue sendo vítima de um sistema que, além de ineficiente, é corrupto.
Ele relembra que a juíza responsável pelo caso já havia identificado irregularidades no edital da licitação e determinado seu cancelamento. No entanto, as empresas conseguiram seguir adiante com o contrato, o que só aumenta a sensação de impunidade e desrespeito à justiça. Para Formighieri, é essencial que o prefeito Pimentel tome medidas drásticas para romper esses contratos e acabar com a quadrilha dos radares.
O diretor do jornal faz um apelo à população para que se mobilize e exija transparência sobre o destino do dinheiro arrecadado com as multas. Ele reforça que a luta por um sistema de trânsito mais justo e transparente é essencial para que Curitiba possa se livrar da roubalheira institucionalizada que hoje domina os radares da cidade.
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