Quatro mortos e três presos em operação integrada das polícias em Cascavel
Quatro suspeitos morreram e três foram presos durante a “Operação Integração”, deflagrada em Cascavel

Uma operação conjunta das polícias Civil e Militar, deflagrada nas primeiras horas da manhã de quinta-feira (16), resultou na morte de quatro pessoas e na prisão de três em Cascavel. A ação fez parte da “Operação Integração”, que foi desencadeada simultaneamente em outras cidades do Paraná e também em municípios do Rio Grande do Sul. O objetivo, segundo a Secretaria da Segurança Pública, é desarticular uma organização criminosa suspeita de envolvimento em roubos de carga, assaltos a estabelecimentos comerciais e tráfico de drogas.
Ao todo, foram cumpridos 115 mandados judiciais, sendo 72 de busca e apreensão e 43 de prisão. Em Cascavel, 12 mandados foram expedidos e cumpridos em diferentes bairros da cidade, resultando em três prisões, duas delas após rendição voluntária e uma em flagrante por porte ilegal de arma de fogo.
De acordo com o comando da Polícia Militar, as mortes ocorreram durante confrontos armados. Os agentes afirmam que os suspeitos reagiram à abordagem e dispararam contra as equipes. Entre os mortos estão Luiz Fernando Ferreira Mergulhão, de 26 anos, e Maicon da Silva Castanho, de 32, ambos residentes no Residencial São Fernando, no Bairro Floresta. Outros dois homens; Max Gabriel de Lima, de 29 anos, e Lucas de Souza, morreram durante o cumprimento de mandado em uma casa na Rua Ásia, cerca de quatro quilômetros do local da primeira ação.
No bloco 1 do Residencial São Fernando, Luiz Fernando foi atingido por disparos dentro do apartamento onde morava com a mãe, de 58 anos, o irmão, de 33, e o sobrinho, de 3. A família contesta a versão oficial e pede uma investigação minuciosa sobre a conduta policial. Parentes afirmam que o jovem não tinha envolvimento com o crime e foi surpreendido pelos disparos.
No bloco 3 do mesmo conjunto habitacional, Maicon Castanho também foi morto durante o cumprimento de mandado. A esposa e os dois filhos dele estavam no imóvel e foram retirados antes do tiroteio. Assim como no outro caso, familiares contestam a versão de confronto e negam que o homem tenha reagido à presença dos policiais.
Em outro ponto da cidade, na Rua Ásia, Max Gabriel e Lucas de Souza foram mortos durante a operação. Testemunhas relataram intensa movimentação policial e ouviram disparos por volta das 6h. Após a confirmação das mortes, amigos e familiares de Max Gabriel organizaram um protesto em frente à residência, bloqueando a via com pneus e incendiando os materiais. Três viaturas da Guarda Municipal foram deslocadas para conter a situação e liberar o tráfego.
Segundo o comandante do 5º Comando Regional da Polícia Militar (CRPM), coronel Souza, as ações foram planejadas com o objetivo de reduzir riscos à população e conter a atuação de quadrilhas especializadas em roubos nas estradas. “As operações são pontuais e visam evitar efeitos colaterais, como ferimentos em pessoas inocentes. No Paraná, felizmente, não temos registro de casos de vítimas de balas perdidas como ocorre em outros estados”, afirmou.
A Polícia Civil informou que a operação segue sob análise, com o material apreendido sendo periciado. Entre os objetos recolhidos estão armas de fogo, drogas, drones e equipamentos utilizados para bloquear sinais de comunicação durante os roubos, o que reforça, segundo a polícia, o grau de organização das quadrilhas.
O secretário estadual de Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira, destacou que todas as ações foram acompanhadas pelo Ministério Público e que os procedimentos serão investigados para esclarecer as circunstâncias das mortes. “Após cada operação, são instaurados inquéritos que verificam as condutas tanto da Polícia Civil quanto da Militar. Todo o material e os fatos são analisados dentro da legalidade”, afirmou.
A Secretaria da Segurança Pública informou ainda que os mortos e os presos tinham passagens anteriores pela polícia por crimes como tráfico de drogas, roubo de carga, posse irregular de armas e munições. “São indivíduos com envolvimento comprovado em atividades criminosas e com mandados de prisão em aberto em diferentes comarcas”, detalhou a nota oficial.
Operação
A “Operação Integração” faz parte de uma força-tarefa criada para combater o crime organizado no Sul do país. Além de Cascavel, as ações ocorreram em Laranjeiras do Sul, Curitiba, Região Metropolitana e cidades do Rio Grande do Sul. Até o fim do dia, o balanço geral apontava 43 prisões e sete mortes em confrontos registrados em diferentes localidades. Os outros óbitos foram regisdtrados na região da cidade de Laranjeiras do Sul
Mortes em confrontos
Somente em Cascavel, oito pessoas morreram em supostos confrontos com a polícia em outubro. Além dos quatro casos registrados nesta operação, outros episódios recentes chamaram atenção. No inicio deste mês, um assaltante morreu baleado pela polícia após roubo no Trevo do Portal. Em outro caso, um suspeito de estupro de vulnerável também morreu após reagir à prisão. Duas outras mortes ocorreram durante troca de tiros entre policiais e suspeitos de envolvimento em um roubo a ônibus da Viação Garcia, na Rua das Américas, no Bairro Morumbi.
Créditos: Gabriel Porta