Prefeitura de Foz formaliza abate sanitário de 6 mil aves apreendidas pela PF

Ofício emitido pela Vigilância Sanitária confirma destruição das aves como medida preventiva contra riscos sanitários

Por Da Redação

Prefeitura de Foz formaliza abate sanitário de 6 mil aves apreendidas pela PF Créditos: PMFI

A Prefeitura de Foz do Iguaçu oficializou o abate sanitário de cerca de 6 mil aves de descarte apreendidas pela Polícia Federal em operações realizadas na região de fronteira. O procedimento, autorizado pelo Serviço de Inspeção Municipal (SIM) e executado no frigorífico Mendes, foi custeado pelo Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindipar) e seguiu rigorosamente as normas federais e municipais de segurança sanitária.

A medida teve como objetivo eliminar riscos à saúde pública e à cadeia produtiva avícola do Paraná, diante da ausência de qualquer documentação que comprovasse a origem e o controle sanitário das aves, entre elas a Guia de Trânsito Animal (GTA) e exames laboratoriais obrigatórios. Os caminhões apreendidos transportavam aves de descarte, galinhas de postura fora do ciclo produtivo, em situação irregular, sem condições legais para o comércio ou abate convencional.

Conforme ofício expedido pela Divisão de Inspeção Municipal, a carga foi descarregada e inspecionada em 23 de maio, na presença do chefe do SIM, Thérbio Teixeira Moreira, do fiscal Ormínio Koike de Almeida e de agentes da Polícia Federal. O frigorífico Mendes executou o abate segundo o Decreto Federal 9.013/2017 e o Decreto Municipal 32.159/2024. As carcaças, somando mais de 10 toneladas, foram descartadas no aterro sanitário da cidade.

A operação é um desdobramento direto de ações coordenadas com a Polícia Federal para coibir o transporte irregular de animais vivos em zonas de fronteira. A mais recente apreensão ocorreu em 22 de maio, em um galpão clandestino localizado na rua José do Patrocínio, a cerca de 650 metros da Ponte da Amizade, área considerada zona primária e sob rígido controle do Ministério da Agricultura.

No local, foram flagrados dois caminhões transportando aproximadamente 5.900 aves. Além disso, outro ponto de comercialização irregular foi identificado em frente ao galpão, com cerca de 300 aves prontas para venda. O responsável pelo espaço, segundo relatório da inspeção, não apresentou nenhuma documentação legal exigida para transporte ou comércio de animais, caracterizando infração sanitária grave.

“A ausência de documentos compromete a rastreabilidade e o controle de doenças de notificação obrigatória, como a Influenza Aviária. Em uma região de fronteira como a nossa, isso representa risco imediato ao plantel avícola e à saúde da população”, explicou o médico veterinário Thérbio Teixeira Moreira.

O cenário se torna ainda mais crítico após o surto de gripe aviária registrado no mês de maio, no município de Montenegro (RS), o que levou o governo federal a intensificar a fiscalização nas fronteiras e reforçar a vigilância sobre o trânsito de aves no país. Foz do Iguaçu, por não integrar o corredor sanitário estadual, exige ainda mais rigor no controle sanitário, segundo técnicos da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Comercial, Industrial e Agropecuário.

Essa foi a segunda grande apreensão registrada no município. Em dezembro de 2024, outra operação conjunta entre a Polícia Federal e o SIM apreendeu 5 mil frangos também sem a devida documentação, resultando em abate sanitário semelhante.

“As ações integradas entre município, Polícia Federal e o setor produtivo são fundamentais para proteger nossa população e os produtores que atuam dentro da legalidade. Foz do Iguaçu está vigilante e comprometida com o cumprimento das normas sanitárias, especialmente por estar em uma área tão sensível como a fronteira”, afirmou Edinardo Aguiar, secretário municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Agricultura.

As autoridades destacam que operações desse tipo são fundamentais para preservar a segurança alimentar da população e a reputação sanitária do Paraná como estado exportador. Denúncias sobre transporte ou comércio irregular de animais podem ser feitas diretamente à Vigilância Sanitária ou à Polícia Federal.