Prefeito de Casca propõe rotas alternativas como solução à concessão de pedágios no RS
Jurandi Perin exemplifica com trechos que, se asfaltados, poderiam criar novos eixos logísticos, desafogando a BR-324 e a BR-129
Por Da Redação

Em meio à crescente mobilização contra o modelo de concessão de rodovias proposto pelo governo do Rio Grande do Sul, o prefeito de Casca, Jurandi Perin, que lidera o grupo de 32 prefeitos contrários à implantação do Bloco 2 de pedágios, apresentou alternativas concretas ao projeto do Executivo estadual. Em entrevista à Gazeta do Paraná, o gestor defendeu o investimento em rotas alternativas como solução viável para melhorar a mobilidade, impulsionar a economia regional e evitar a sobrecarga de pedágios sobre a população e o setor produtivo.
“Ao invés de nós pedagiarmos essa rodovia e concentrarmos o trânsito somente em cima dela, fazendo com que os municípios vizinhos não cresçam, afastando o turismo, já que hoje somos uma região que está tendo grande iniciativa na área do turismo, da educação e da própria saúde, nós temos trabalhado com a situação das rotas alternativas. O que são essas rotas alternativas? São estradas que faltam pavimentação”, afirmou o prefeito.
Jurandi exemplifica com trechos que, se asfaltados, poderiam criar novos eixos logísticos, desafogando a BR-324 e a BR-129, duas das rodovias mais impactadas pelo modelo de concessão que pode ser implantado. Entre os pontos destacados está o trecho entre Casca e Vila Gentil, que se conecta à BR-285 e possui apenas 10 quilômetros sem asfalto. Segundo ele, a pavimentação dessa rota permitiria um desvio estratégico para quem segue a Passo Fundo, reduzindo o fluxo na rodovia pedagiada.
Outras rotas mencionadas incluem o trecho entre Marau e Nicolau Vergueiro, que ampliaria o acesso à região Sul do estado e ao porto de Rio Grande, além da estrada entre Serafina Corrêa e Nova Bassano. “Com 100 km de rodovias que seriam pavimentadas, criaríamos várias novas rotas, desafogando o trânsito em cima da BR-324 e da BR-129. Elas vão encurtar distâncias, acelerar o desenvolvimento e o progresso para toda a região”, argumentou.
O prefeito também cobrou do governo estadual mais sensibilidade e planejamento antes de avançar com o processo de licitação. Para ele, a pressa em conceder os trechos à iniciativa privada ignora as particularidades das regiões afetadas e impede um debate mais profundo sobre soluções alternativas ao pedágio.
“Nós esperamos que o governo do estado seja mais sensível, trabalhe com a possibilidade de estudar melhor a nossa região, a nossa realidade, e não nos imponha com tanta pressa e tanta urgência essa situação. O que nós precisamos é que o governo utilize as receitas que são direcionadas para a manutenção e para a pavimentação das nossas rodovias, e que isso não seja empregado em outros lugares”, criticou.
Por fim, o prefeito reforçou que é possível investir em infraestrutura sem recorrer à concessão privada, desde que o governo adote uma gestão mais eficiente. “O governo vem falando há muito tempo que o Estado não tem condições de progredir com recursos próprios, mas o que precisa é fazer uma gestão inovadora, reduzindo a máquina pública para que assim possa sobrar recursos e investir no Rio Grande do Sul.”
