corbelia setembro

Preço do café despenca 11% em uma semana no mercado brasileiro

Chuvas nas áreas produtoras, liquidação de posições em Nova York e expectativa sobre tarifas dos EUA pressionam cotações do grão

Por Da Redação

Preço do café despenca 11% em uma semana no mercado brasileiro Créditos: Getty Images

O mercado brasileiro de café atravessa um período de forte desvalorização nesta segunda quinzena de setembro. De acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, os preços registraram queda expressiva no intervalo entre os dias 15 e 22 de setembro. Nesse período, o café arábica, variedade mais consumida no país, teve recuo de 10,2%. Já o robusta, também conhecido como conilon, caiu 11,1%. Somente nesta terça-feira (23/9), a saca de 60 quilos do arábica foi cotada a R$ 2.055,69, acumulando queda de 11,51% desde o início do mês. O robusta fechou o dia a R$ 1.278,86 por saca, com retração de 16,65% no mesmo intervalo.

Pesquisadores do Cepea explicam que a queda nos preços está diretamente ligada às chuvas volumosas registradas nas principais regiões produtoras, o que aumenta a confiança em uma safra robusta. Além disso, a liquidação de posições de compra e a realização de lucros na Bolsa de Valores de Nova York reforçaram a pressão baixista. Outro fator que interfere nas negociações é a possibilidade de os Estados Unidos suspenderem a sobretaxa sobre o café brasileiro, medida que poderia alterar significativamente o cenário internacional de preços.

Apesar da queda acentuada nas últimas semanas, especialistas ressaltam que as cotações ainda permanecem em patamares elevados, sustentadas por uma oferta mais restrita, estoques reduzidos e pelas tarifas adicionais impostas pelos EUA. Desde agosto, o café brasileiro é um dos produtos taxados em 50% pelo governo do presidente Donald Trump, dentro de uma nova rodada de medidas da guerra comercial americana.

Assim, o setor acompanha com cautela os desdobramentos tanto do clima quanto da política internacional, que podem continuar determinando a volatilidade nas próximas semanas. O movimento recente indica que produtores e exportadores precisarão redobrar a atenção na gestão de seus contratos, diante de um mercado cada vez mais sensível a fatores externos.

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