Preço da gasolina pode cair ainda mais nas próximas semanas, diz ministro
De acordo com Silveira, “há uma real possibilidade” de redução nos preços tanto da gasolina quanto do diesel nas próximas semanas
Por Da Redação

Os motoristas brasileiros podem ter uma boa notícia nos próximos dias: o preço da gasolina, que já vem apresentando quedas progressivas nos últimos meses, pode recuar ainda mais. A previsão é do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que falou sobre o tema nesta segunda-feira (7) durante a cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro.
De acordo com Silveira, “há uma real possibilidade” de redução nos preços tanto da gasolina quanto do diesel nas próximas semanas, desde que se mantenham estáveis as atuais condições do mercado internacional, especialmente o valor do barril de petróleo.
“Estávamos muito apreensivos, naturalmente, com essa guerra entre Israel e Irã. A tensão diminuiu. Esperamos que termine”, afirmou o ministro em entrevista. Segundo ele, o fim da escalada de violência no Oriente Médio contribuiu para a estabilidade do petróleo e afasta o risco de novos aumentos nos combustíveis.
O conflito entre os dois países gerou temor nas últimas semanas de que o Estreito de Ormuz — uma das principais rotas de escoamento do petróleo mundial — pudesse ser bloqueado, o que causaria forte impacto no valor do barril. Cerca de 20% do petróleo comercializado no planeta passa diariamente por essa passagem estratégica, localizada entre o Golfo Pérsico e o Golfo de Omã.
No entanto, com a redução das tensões e a ausência de novos ataques, o mercado reagiu com alívio, e os preços do petróleo voltaram a recuar. Essa movimentação tem refletido diretamente no valor dos combustíveis no Brasil.
Queda nos postos
Em Cascavel, os motoristas têm sentido o impacto das reduções no preço do petróleo que vem sendo feitas nos últimos meses. Atualmente, é possível encontrar postos vendendo gasolina a valores entre R$ 5,99 e R$ 6,19. Há cerca de dois meses, o litro do combustível custava entre R$ 6,49 e R$ 6,59, o que mostra uma redução significativa no período.
Além das oscilações no mercado internacional, os preços praticados no Brasil também dependem da política comercial da Petrobras, que desde 2023 abandonou a paridade automática com o dólar e passou a adotar uma fórmula que considera outros fatores, como custos internos de produção e concorrência no mercado doméstico.
Justiça tarifária
O ministro Alexandre Silveira também ressaltou que o governo federal tem atuado para garantir que as reduções de preço aplicadas pela Petrobras cheguem de fato até os consumidores. “O presidente Lula vem cobrando isso de forma reiterada para que, na bomba de combustível, cheguem as reduções feitas pela Petrobras. E nós estamos trabalhando de forma fiscalizatória”, afirmou.
Ele reforçou que o papel do governo é construir uma “justiça tarifária” para os brasileiros e impedir a prática de cobranças abusivas por parte dos postos revendedores.
A Agência Nacional do Petróleo (ANP), responsável pela regulação do setor, também atua nesse processo por meio de fiscalizações e divulgação semanal dos preços médios dos combustíveis em cada região do país. A transparência nos dados permite que consumidores comparem os valores e identifiquem possíveis irregularidades.
A possível nova queda no preço da gasolina, caso se confirme nas próximas semanas, deverá aliviar ainda mais o bolso dos consumidores e contribuir para conter os índices inflacionários. O transporte é um dos principais componentes do custo de vida e tem impacto direto sobre o preço de outros produtos, especialmente alimentos e itens de consumo básico.
