A Polícia Civil de Sengés, nos Campos Gerais do Paraná, apreendeu neste domingo (10) o último suspeito envolvido em um caso brutal de tortura e homicídio ocorrido no início de 2025. O jovem, menor de idade, foi detido em cumprimento a mandado de internação provisória e, segundo as investigações, participou diretamente da execução de Eunice Fernandes de Oliveira, usuária de drogas que foi morta após ser acusada por traficantes de furtar entorpecentes de um ponto de venda.

O crime foi cometido sob a prática conhecida como “tribunal do crime”, método usado por facções e grupos ligados ao tráfico de drogas para aplicar punições violentas a pessoas que desobedecem suas regras. Eunice foi torturada e executada em janeiro de 2025. Dias antes, a mesma quadrilha já havia atacado outra mulher, também usuária de drogas, que foi torturada e deixada para morrer. A vítima sobreviveu ao fingir estar morta e conseguiu pedir ajuda após se arrastar até uma estrada próxima.

Durante as diligências policiais, os investigadores apreenderam celulares e outros objetos pertencentes aos suspeitos. A análise pericial dos aparelhos revelou áudios e vídeos que comprovaram o envolvimento direto do grupo nos crimes. Em alguns registros, um dos executores descreve em detalhes as etapas do assassinato, enquanto o mandante intelectual — um traficante local — aparece dando ordens para que a vítima fosse morta.

“Entre o material encontrado há gravações feitas pelos próprios assassinos, mostrando a vítima antes e depois da execução. Esse conteúdo não será divulgado em respeito à memória da vítima e à sua família”, informou a Delegacia de Polícia de Sengés, em nota.

As investigações, conduzidas ao longo de dez meses, levaram à prisão de oito pessoas: cinco executores, um mandante e dois comparsas responsáveis por atrair Eunice ao local onde foi emboscada. Entre os envolvidos estão dois adolescentes, que, segundo a polícia, foram instruídos pelo mandante a assumirem toda a culpa, sob a promessa de receberem penas menores em razão da idade.

Com a apreensão do último suspeito, a Polícia Civil considera o caso esclarecido, destacando o trabalho coordenado das equipes locais na elucidação de crimes ligados ao tráfico e na desarticulação de grupos criminosos que atuam na região.

“O cumprimento deste mandado representa mais uma etapa importante para garantir justiça à vítima e segurança à população. Seguiremos firmes no combate à violência e à impunidade”, afirmou a corporação.