GCAST

Paraná intensifica monitoramento e cadastra 2,9 mil barragens no IAT

Balanço do projeto Estágio Barragens, parceria entre IAT e Simepar, registra aumento de 480% nas estruturas mapeadas desde 2019 e coloca o Estado como 3º do País em cadastramento nacional

Paraná intensifica monitoramento e cadastra 2,9 mil barragens no IAT Créditos: Yuri A. F. Marcinik / Simepar

Paraná cadastrou mais de 2,9 mil barragens e entregou 2 mil relatórios de visitas técnicas por meio de um projeto de monitoramento. A ação é resultado da parceria entre o Instituto Água e Terra (IAT), o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) e a Defesa Civil Estadual.

O balanço do projeto Estágio Barragens aponta ainda que 1,7 mil classificações de Dano Potencial Associado (DPA) foram realizadas nas estruturas monitoradas.

Crescimento de 480% no número de registros

O trabalho de monitoramento começou em 2019. Naquele ano, o IAT, órgão responsável pela fiscalização, tinha menos de 500 barragens cadastradas no Paraná.

Em seis anos, o aumento no número de estruturas registradas foi de cerca de 480%. O IAT fiscaliza a segurança das barragens de usos múltiplos (não hidrelétricas), classifica o risco de dano potencial e insere os dados no Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB).

LEIA TAMBÉM NA EDITORIA PÚBLICO 

•Câmara recorre no TJPR para julgar Professora Angela

Ações do Simepar e Defesa Civil

Por meio de um contrato de gestão com o IAT, o Simepar realizou visitas técnicas nas barragens. Foram elaborados relatórios individuais para classificar o risco e o tipo de uso de cada estrutura.

O Simepar também mapeou as manchas de inundação. Estas são as áreas que podem ser atingidas caso uma barragem se rompa, detalhando edificações e o número de pessoas possivelmente impactadas. Os dados foram entregues ao IAT.

A Defesa Civil, por sua vez, analisou os planos de ação de emergência e apoiou a criação dos planos de contingência das barragens.

Detalhamento do monitoramento

O sensoriamento remoto do Simepar, que utilizou imagens multitemporais, foi essencial para identificar as 2,9 mil barragens que se enquadram na legislação atual.

Para iniciar as visitações, mesmo durante a pandemia, as equipes priorizaram as estruturas com maiores espelhos d’água e aquelas localizadas em áreas urbanas.

Uso e classificação de dano potencial

Entre as estruturas cadastradas no IAT, o uso predominante é para paisagismo e lazer, com 53% do total. Aquicultura representa 19%, e irrigação 16%.

Em relação ao Dano Potencial Associado (DPA), que avalia as consequências de um rompimento, 71,5% das 2,9 mil barragens receberam classificação de baixo potencial.

Segurança

Osneri Roque Andreoli, engenheiro civil do IAT, afirmou que o Paraná demonstra capacidade de ação preventiva. Segundo ele, isto reduz a chance de acidentes e os impactos sociais, econômicos e ambientais.

A chefe da Divisão de Monitoramento do IAT, Christine da Fonseca Xavier, citou que o próximo passo é a negociação de um programa de segurança hídrica com o Banco Mundial. O recurso seria usado para realizar visitas técnicas em mais 750 barragens no prazo de seis anos.

Destaque nacional em cadastramento

O alto volume de cadastros colocou o Paraná entre os destaques do último Relatório de Segurança de Barragens (RSB), elaborado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA).

O Estado alcançou a terceira posição no País. Das 2,9 mil estruturas mapeadas e cadastradas no IAT, 1.795 (61,8% do total) foram inseridas no SNISB, o que representa 6,4% dos registros nacionais.

Os dados apresentados no RSB 2024-2025 consideram os registros até dezembro de 2024. O SNISB é fundamental para o planejamento de políticas públicas e a prevenção de acidentes, de acordo com o engenheiro florestal do IAT, Adilson Wandembruck.

Acesse nosso canal no WhatsApp