Paraná: Endividamento das famílias segue estável, enquanto inadimplência atinge recorde no país
Estado ocupa hoje a 11ª posição no ranking nacional de endividados, bem abaixo do 2º lugar registrado no ano passado

A parcela de famílias endividadas no Paraná manteve-se estável em agosto, atingindo 85,7% dos lares do estado, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) em parceria com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR). Apesar do índice elevado, o resultado representa avanço em relação a agosto de 2024, quando 91% das famílias declararam ter algum tipo de dívida.
O percentual de inadimplentes também mostrou melhora na comparação anual. No ano passado, 15% das famílias não conseguiam pagar as contas em dia, contra 12,4% em agosto de 2025. Em julho, o índice era de 12%, indicando uma pequena alta na variação mensal. Já a parcela de famílias que declararam não ter condições de pagar suas dívidas ficou em 2,3%, bem abaixo dos 4,7% registrados no mesmo período de 2024.
A posição do Paraná no ranking nacional de endividamento reflete essa melhora. Se em 2024 o estado ocupava a segunda colocação com maior parcela de endividados, agora aparece em 11º lugar. Minas Gerais lidera a lista atualmente. No caso da inadimplência, os paranaenses figuram no penúltimo lugar do ranking, o que reforça a boa capacidade de pagamento das famílias do estado.
No cenário nacional, o endividamento médio ficou em 78,8% em agosto, mantendo estabilidade tanto em relação a julho quanto no comparativo anual. Contudo, a inadimplência no Brasil está bem mais elevada do que no Paraná e atingiu o maior nível da série histórica: 30,4% dos brasileiros possuem contas em atraso e 12,8% afirmam não ter condições de quitar suas dívidas.
Segundo a Fecomércio PR, o recuo do endividamento no Paraná pode ser resultado de uma combinação entre cautela no consumo e maior disciplina financeira, ao contrário do panorama nacional, onde a inadimplência segue elevada. Para o comércio, isso indica que os consumidores locais estão mais seletivos, priorizando compras que podem pagar sem comprometer o orçamento.
A análise por faixa de renda mostra que as famílias que recebem até dez salários mínimos continuam sendo as mais endividadas: 86,1% delas tinham dívidas em agosto, contra 86,3% em julho. Nesse grupo, a inadimplência subiu levemente, de 12,7% para 12,9%, e a parcela sem condições de pagar passou de 2,7% para 3%.
Entre as famílias com renda superior a dez salários mínimos, o percentual de endividados foi de 83,9%, estável em relação a julho. Porém, a inadimplência nesta faixa econômica aumentou de 8,9% para 10,1%.
O cartão de crédito permanece como a principal modalidade de endividamento no estado, representando 95,2% das dívidas em agosto. Em seguida aparecem os financiamentos de veículos (6,9%) e imobiliários (5,6%). Os carnês, que haviam perdido espaço nos últimos anos, voltaram a ganhar relevância ao longo de 2025, e somaram 4% das dívidas neste ano, contra apenas 2% em agosto de 2024.
Texto e foto: Fecomércio
