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Pandemia trouxe crescimento na interação positiva entre gatos e tutores

Mudança na relação entre gato e tutor se deu em razão da maior presença do humano em casa, causando maior proximidade com o felino

Por Bruno Rodrigo

Pandemia trouxe crescimento na interação positiva entre gatos e tutores Créditos: UFRGS

A pandemia de covid-19 alterou drasticamente a rotina de todas as pessoas, mas seus efeitos também foram sentidos por outro grupo: o dos gatos domésticos. Uma pesquisa conduzida pela médica veterinária Maíra Ingrit Gestrich-Frank no mestrado em Biologia Animal pela UFRGS revelou que a relação entre felinos e tutores mudou durante o período de confinamento.

Apaixonada por felinos desde a infância, Maíra sempre buscou compreender melhor as necessidades e os comportamentos dos animais. Durante a formação em Medicina Veterinária e Psicologia na UFRGS, aprofundou-se no estudo do bem-estar felino, culminando em sua pesquisa de mestrado. “A pandemia proporcionou uma oportunidade única para analisar como a interação entre humanos e gatos influencia o comportamento e a condição corporal desses animais”, explica.

Com a presença constante dos tutores em casa, o estudo observou um aumento no chamado “escore ambiental”, indicando melhora na qualidade do ambiente dos gatos. Houve um acréscimo na oferta de recursos, como arranhadores, locais de descanso seguros e brinquedos interativos. Também aumentaram as interações positivas entre humanos e gatos, como brincadeiras e escovação.

No entanto, algumas alterações no comportamento dos felinos também chamaram a atenção. Muitos gatos tornaram-se mais afetuosos e brincalhões, buscando maior interação com seus tutores. Por outro lado, comportamentos negativos como agitação, lambedura excessiva, alterações no apetite e eliminação inadequada de fezes e urina também tiveram um leve aumento.

“Durante o confinamento, os gatos passaram mais tempo com os seus tutores. Assim, o aumento do tempo de convivência foi a principal mudança na rotina e na interação social entre humanos e gatos observada no nosso estudo”, aponta Maíra.