Obra de asfalto é paralisada no Paraná após descoberta de fósseis mais antigos que os dinossauros
Para o Ministério Público Federal, a obra representava risco de danos ambientais e arqueológicos. DER-PR afirma que busca soluções para garantir a continuidade do projeto.

A pavimentação da PR-364, no trecho entre Irati e São Mateus do Sul, no Centro-Sul do Paraná, foi interrompida após a identificação de fósseis de animais que viveram antes mesmo dos dinossauros entre eles, o Mesosaurus brasiliensis, um lagarto aquático que habitou a Terra há cerca de 280 milhões de anos.
Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-PR), responsável pela obra, estão sendo estudadas alternativas para retomar os trabalhos ou elaborar novas soluções para o andamento do projeto. O trecho afetado tem 1,6 quilômetro de extensão e inclui a implantação de um viaduto no entroncamento com a BR-153. O investimento total é de R$ 23,7 milhões.
A suspensão foi determinada após o cancelamento da licença ambiental, seguindo recomendação do Ministério Público Federal (MPF). O órgão apontou falhas no processo de licenciamento, destacando que o Instituto Água e Terra (IAT) emitiu a autorização sem a manifestação prévia do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
De acordo com o DER-PR, cerca de 52,7% dos serviços já haviam sido executados. Enquanto a obra segue parada, o tráfego na região está sendo desviado para uma via municipal.
A procuradora da República Monique Cheker, autora da recomendação, destacou que a pavimentação poderia causar danos ambientais e arqueológicos. “Qualquer continuidade da obra deve estar condicionada à manifestação do Iphan e à realização de estudos arqueológicos e paleontológicos adequados, essenciais para a proteção do patrimônio histórico-cultural e ambiental da União”, afirmou o MPF.
Meses antes, operários que trabalhavam em uma obra na BR-153, próxima ao mesmo trecho, haviam encontrado fósseis semelhantes, que agora são analisados por pesquisadores da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro).
O MPF também solicitou que o Iphan realize uma vistoria técnica para avaliar se o patrimônio histórico e cultural da área já sofreu algum tipo de dano.
Com informações do G1
