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Mãe e padrasto são presos por suspeita de envolvimento na morte de criança de dois anos em Cascavel

Laudo aponta agressões repetidas e lesões incompatíveis com acidente doméstico; casal foi detido em Pato Branco

Por Da Redação

Mãe e padrasto são presos por suspeita de envolvimento na morte de criança de dois anos em Cascavel Créditos: Divulgação/PCPR

Na manhã desta quarta-feira (10), a Delegacia de Homicídios de Cascavel cumpriu mandados de prisão preventiva contra a mãe e o padrasto de uma criança de dois anos, suspeitos de envolvimento em sua morte. O casal, de nacionalidade venezuelana, foi localizado na cidade de Pato Branco, no Sudoeste do Paraná, e encaminhado ao Departamento Penitenciário (Depen), onde permanece à disposição da Justiça.

O caso ocorreu em 7 de junho deste ano, no bairro Periolo, em Cascavel. Na ocasião, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado para atender uma ocorrência de parada cardiorrespiratória. Ao chegar ao local, a equipe médica constatou que a criança já estava sem vida. Durante o atendimento, os profissionais identificaram diversas lesões pelo corpo da menina, o que levantou suspeitas imediatas sobre a causa da morte.

A mãe chegou a ser presa em flagrante no dia do ocorrido, mas foi liberada após audiência de custódia, passando a cumprir medidas cautelares com uso de tornozeleira eletrônica. O inquérito policial seguiu com apoio da Polícia Científica, que realizou perícias detalhadas e ouviu testemunhas. Um dos elementos encontrados na residência chamou a atenção dos investigadores: uma fita crepe com medidas compatíveis ao punho da criança, levantando a hipótese de que teria sido usada para imobilizá-la.

O laudo de necropsia, elaborado pela Polícia Científica de Cascavel, foi decisivo para o avanço das investigações. O documento aponta que a morte foi causada por ação contundente, com traumatismo torácico e abdominal, além de pancreatite traumática e peritonite aguda. As lesões foram classificadas como intencionais e incompatíveis com qualquer tipo de acidente doméstico. O quadro foi enquadrado como Síndrome da Criança Espancada; caracterizada por agressões repetidas contra vítimas infantis.

Diante da gravidade das conclusões periciais, a autoridade policial solicitou a prisão preventiva da mãe e do padrasto, medida que foi autorizada pela Justiça.

Depoimentos

Segundo informações da Polícia Civil, a menina foi encontrada inconsciente no banheiro da casa onde vivia com a mãe e o companheiro dela. Em depoimento, a mãe alegou que a filha teria escorregado e batido a cabeça enquanto ela recolhia roupas no varal.

No entanto, o delegado responsável pelo caso, Fabiano Moza, afirmou que o corpo da criança apresentava múltiplos hematomas em regiões como pulsos, pernas, parte posterior dos joelhos, costas e costelas, alguns deles com sinais de lesões antigas.

O pai da menina, separado da mãe há cerca de cinco meses, também prestou depoimento à polícia. Ele relatou que vinha percebendo sinais de maus-tratos desde pelo menos dois meses antes do óbito. Entre os episódios mencionados estão emagrecimento acentuado, hematomas recorrentes e dificuldades de locomoção por parte da criança.

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