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Madrugada de tempestade transforma ruas em rios e deixa Foz do Iguaçu em alerta máximo

Volume extremo de chuva concentrou danos na região Sul, provocou alagamentos em bairros vulneráveis e expôs pontos críticos de drenagem urbana

Madrugada de tempestade transforma ruas em rios e deixa Foz do Iguaçu em alerta máximo Créditos: Divulgação

Uma tempestade concentrada durante a madrugada desta segunda-feira (29) transformou ruas em corredores de água em Foz do Iguaçu, provocou alagamentos em áreas residenciais e levou a Defesa Civil a intensificar o monitoramento na região Sul da cidade.

Entre meia-noite e 3h, o acumulado atingiu 89 milímetros, índice elevado para curto intervalo e suficiente para sobrecarregar a drenagem urbana. No mesmo período, a região Leste registrou 75 mm e a Norte, 43 mm.

Os maiores impactos ocorreram no entorno do Arroio Ouro Verde e do Parque Remador, pontos historicamente vulneráveis a enxurradas. Houve registro de ruas completamente alagadas e entrada de água em residências.

De acordo com a Defesa Civil, equipes permaneceram nas ruas durante a madrugada e a manhã, com apoio da Guarda Municipal, monitorando residências, avaliando risco e orientando moradores. O órgão classificou a situação como “ocorrência em processamento”, mas informou que não houve registro de desalojados até o momento.

Nos bairros mais atingidos, a madrugada foi de preocupação e improviso. A costureira Roseli Almeida, moradora do Jardim das Flores há 18 anos, disse que já reconhece o som da chuva que antecede os alagamentos.

“Quando começa a chover forte por mais de meia hora, a gente já sabe que vai ter problema. A água subiu rápido e entrou na garagem e na sala. Passamos a madrugada levantando móveis e tentando evitar prejuízo. O rio enche, a rua vira um canal e ninguém dorme tranquilo”, afirma.

Na região do Profilurb II, o vendedor Paulo Henrique de Souza relatou que a água avançou pela rua em poucos minutos.

“A enxurrada desceu com força. Não deu tempo nem de pensar. A rua virou rio, os carros ficaram parados e a água bateu na porta de casa. Isso acontece quase todo ano e sempre nos mesmos pontos. O problema não é só a chuva; é a drenagem que não dá conta”, diz.

Próximo ao Parque Remador, a aposentada Neide Ferreira conta que o medo maior é de perder tudo. “A gente fica olhando a água subir e não sabe se vai parar. Entra barro, entra lixo, e depois sobra para o morador limpar. Tem obra de drenagem que a gente ouve falar, mas na prática pouco muda. Toda vez que chove forte é a mesma história”, afirma.

Estado sob alerta
O episódio em Foz ocorre no momento em que o Paraná está sob dois alertas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O mais severo prevê tempestades com rajadas de até 100 km/h, chuva forte e possibilidade de granizo em 135 cidades, principalmente no Sul e em áreas do Leste e Oeste. Para o restante do estado, há alerta de perigo potencial para chuvas intensas.

Segundo o Simepar, a semana deve seguir com instabilidade, pancadas fortes, raios e rajadas de vento. A tendência é de chuva mais frequente entre terça (30) e quarta-feira (31) e também na virada do ano, sobretudo nas regiões Centro, Leste e Litoral. As temperaturas devem ficar mais amenas nessas áreas, enquanto o interior segue com calor elevado.

Monitoramento mantido
Após o temporal da madrugada, a orientação das autoridades é para que moradores em áreas de baixada, próximas a arroios, valas de drenagem e regiões historicamente afetadas por alagamentos redobrem a atenção e acionem os serviços de emergência em caso de risco.

Créditos: Bruno Soares - Foz do Iguaçu Acesse nosso canal no WhatsApp