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Graves acidentes escancaram necessidade de duplicação da BR-369

Acidente no último fim de semana resultou na morte de pai e filho na rodovia

Por Da Redação

Graves acidentes escancaram necessidade de duplicação da BR-369 Créditos: Divulgação

Perigo. Essa é a palavra que resume o trecho que liga Cascavel a Corbélia na BR-369. Em praticamente todos os meses, graves acidentes são registrados nos cerca de 30 quilômetros que separam as duas cidades. No último fim de semana, pai e filho perderam a vida no trecho, mais especificamente nas proximidades da entrada no Reassentamento São Francisco. Esse local inclusive é o ponto de maior perigo do trecho, devido a recorrente entrada e saída de veículos da estrada barreiro, que liga o reassentamento a rodovia.

De 2022 até aqui, são pelo menos quatro acidentes fatais nas proximidades do entroncamento. A maioria deles causados pela imprudência dos motoristas, que acessam a rodovia sem cuidado, sendo atingidos por veículos que transitavam pelo trecho que é de alta velocidade.

O acidente no último fim de semana é um exemplo claro disso. O carro onde estavam pai e filho, acessou a rodovia na contramão após saírem da estrada Barreiro. O veículo foi atingido por um caminhão, que transitava pela rodovia. Ambos os ocupantes, que eram moradores de Corbélia e faziam o trajeto com certa frequência, morreram no local.

Mas para além do entroncamento no Reassentamento, a rodovia também reserva trechos de trânsito complicados, com várias curvas e poucos pontos para ultrapassagem. Com o grande fluxo de veículos que transitam por ali, já que a rodovia liga Cascavel ao norte do estado, é comum se flagrar ultrapassagens não permitidas. E isso impulsiona ainda mais o número de acidentes na via, visto que o trecho tem apenas pista simples.

“Tem alguns agravantes na pista simples, como por exemplo, o condutor que vai fazer uma ultrapassagem. Mesmo que em local permitido, ele precisa ter visibilidade e condições para fazer ultrapassagem, para não forçar uma ultrapassagem e jogar outro veículo para fora da pista ou até mesmo uma batida frontal”, explicou o inspetor Edir Veroneze da Polícia Rodoviária Federal.

O histórico de acidentes na BR-369 é preocupante. No ano de 2023, foram 69 ocorrências registradas deixando cerca de 80 pessoas feridas. Em 2025, apenas nos três primeiros meses do ano, o trecho já registra cinco mortes. E com essa alta taxa de acidentes, se faz necessário pensar em soluções que aumentem a segurança na rodovia.

“Não existe rotina para o trânsito. Você está passando hoje, mas é uma via pública, amanhã pode ter outro veículo, um animal na pista, pode ter um pedestre, alguém utilizando uma máquina agrícola. São várias circunstâncias que podem resultar em um acidente em uma rodovia como essa. O que pode ser feito é o condutor ter responsabilidade, consciência, cuidado e cautela quando estiver na pista, já que ele conhece a rodovia e sabe as características de onde está passando”, afirma o Inspetor.

A principal reivindicação, não apenas para o trecho que liga Cascavel a Corbélia, mas para a toda a rodovia que também tem alta taxa de acidentes em outros trechos até Campo Mourão, é da duplicação da pista. Esse antigo projeto que já tem mais de 20 anos, se aproxima de sair do papel. Mas a pista simples deve permanecer ainda por um bom tempo. A obra para duplicar a rodovia está prevista no Lote 5 das concessões rodoviárias do Paraná, que deve ser leiloado no segundo semestre desse ano.

“Na 369 temos previsto a duplicação do trecho entre Cascavel e Corbélia e também de Corbélia até Campo Mourão, que hoje está em pista simples. A gente sabe da importância da melhoria da nossa infraestrutura, especialmente passando para a pista dupla. A pista simples causa muitas batidas frontais, esses trechos são muito perigosos, sinuosos”, afirmou Alci Rotta Jr, presidente Programa Oeste em Desenvolvimento.

A concessionária que vencer o leilão, deve assumir em 2026 a administração da BR-369, mas as obras deverão ser realizadas apenas seis anos após o início da concessão, ou seja, uma possível duplicação deve ser iniciada apenas em 2032. Até lá, os motoristas seguirão enfrentando os riscos diários no percurso, e a tendência é de que acidentes graves sigam acontecendo no perigoso trecho entre Cascavel e Corbélia.

 “A empresa vencedora terá um prazo de até nove anos para duplicação de todo o trecho. A gente sabe que costumeiramente os primeiros três anos são para reparação da malha, projetos e licenciamentos ambientais, mas podem as obras serem iniciadas antes. Até o nono ano, de acordo com o contrato, tudo deve ser duplicado. E isso traz uma expectativa muito grande não só pela questão da segurança, mas também pela melhoria da infraestrutura do nosso estado”, finalizou Alci.

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