Fernando Magrin, de 60 anos, trocou a estabilidade de uma carreira consolidada no mundo corporativo pela arte drag. Após mais de duas décadas atuando como executivo na American Airlines, o profissional decidiu se reinventar como Mama Darling, figura emblemática do carnaval de São Paulo e criadora do bloco MinhoQueens, o primeiro bloco exclusivamente formado por drag queens do Brasil.

A transformação começou de maneira despretensiosa, em festas íntimas com o então namorado. “Brincávamos de nos montar com saia, peruca, salto, mas ninguém era drag queen de fato”, contou Magrin em entrevista à GQ. A ideia do bloco surgiu durante uma dessas festas e, logo no primeiro ano, o MinhoQueens já reuniu cerca de 10 a 15 mil pessoas. Em 2024, o número de foliões ultrapassou os 250 mil.

Mesmo vindo de um ambiente conservador, Magrin conta que recebeu apoio de colegas do trabalho, e o figurino inicial foi emprestado por uma amiga do escritório. O nome artístico Mama Darling foi inspirado no filme Grey Gardens (2009), em que a personagem de Drew Barrymore chama a mãe de “Mother Darling”.

Formado em Artes Cênicas pela Unicamp e Jornalismo pela PUC, o artista nunca havia atuado profissionalmente nessas áreas antes de abraçar a arte drag. Em 2020, em meio à pandemia, Magrin optou por encerrar seu ciclo na companhia aérea e dedicar-se integralmente à nova carreira.

Hoje, além do tradicional MinhoQueens, ele comanda o Bloco da Mama e realiza festas temáticas durante todo o ano.

Com informações do portal Metrópoles.