Escolas da rede estadual relatam desafios para melhorar indicadores: 'Não tem fórmula mágica'
Por Giuliano Saito

Ensino Médio do Paraná obteve a melhor média do Brasil no Ideb: 4,9. Porém, considerando apenas as escolas públicas, a média foi de 4,6. Alunos disputam vagas na escola Reprodução/RPC Curitiba Escolas públicas de Ensino Médio no Paraná com notas acima da média nacional no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) relatam as dificuldades e os desafios para melhorar os resultados educacionais. Ideb no Paraná: confira a nota dos 399 municípios O Ideb leva em conta a proporção de alunos aprovados e o desempenho dos estudantes nas provas de matemática e português. As provas foram aplicadas no final de 2021, e os resultados divulgados em 2022. Entre os alunos do Ensino Médio de escolas públicas, a média brasileira do Ideb ficou em 3,9. No Paraná, o número ficou em 4,6 - a meta era 5,1. O Colégio Estadual São Pedro e São Paulo, em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), alcançou 6,1 pontos no Ideb. O colégio tem cerca de 360 alunos, sendo 80 no Ensino Médio. Nicoly Gabriele Eidon está no 3º ano do Ensino Médio e estuda no colégio desde o 6º ano do Ensino Fundamental. Ela e o irmão levam cerca de 1h30 para ir para o colégio, mas afirmam que o retorno que recebem na sala de aula faz o esforço valer a pena. Entre os diferenciais da instituição, a adolescente cita o comprometimento e o envolvimento de dos da comunidade escolar. Aluna conta que o esforço é recíproco: dos professores e dos estudantes Reprodução/RPC Curitiba "Eu busco sempre me dedicar. Se tem algum conteúdo que a gente não entende, a gente vai atrás...Porque precisa isso, tanto o nosso esforço como da parte deles. E como da parte deles tem muito esforço, da nossa também pede esse esforço também." O apoio, conta a estudante, se estende às mais diversas áreas. Desde quando ela, por exemplo, estava com a perna quebrada, até a ajuda com os conteúdos. "Os professores sempre são bem abertos com isso, a gente pode chegar e tirar alguma dúvida, eles são nota dez nisso", relata. Escola aposta na organização O diretor do Colégio São Pedro e São Paulo, Ramiro de Oliveira Junior, relata que a escola não tem uma infraestrutura física de excelência, que há menos vagas e salas do que o necessário. Porém, afirma que primam pela organização pedagógica, administrativa e funcional. "O colégio trabalha em prol do aluno. O que nós fazemos, seja ela qual for, é para o aluno. E o aluno ele vê esse trabalho voltado para ele e ele devolve para nós essas situações: o estudo, a nota, a participação. É uma troca. Não há fórmula mágica, não há fórmula secreta." O diretor afirma que a organização vai desde a participação do aluno em sala de aula, com o professor dando espaço para que o estudante seja protagonista, até o controle da frequência. Diretor da escola estadual em Campo Largo Reprodução/RPC Curitiba "O aluno ele faltou, nós temos essa comunicação direta com os pais em grupos de redes sociais, ou ligamos. Nós temos esses mecanismos pontuais que fazem a diferença no final. A pedagoga ela age em cima da sala de aula quando há um problema que o aluno não está desenvolvendo, o Conselho de Classe, quando nós fazemos, nós já pontuamos: 'Olha, esse aluno precisa de tal e tal situação'. O aluno vê que ele está sendo pontuado na escola, e ele vê, ele gosta, ele sabe que ele é importante e que nós estamos trabalhando para ele, E ele devolve para nós nota." Mesmo na pandemia, escola consegue melhorar indicador No Colégio Estadual Tancredo Neves, em Almirante Tamandaré, também na RMC, o Ideb subiu de 3,9 para 4,2 entre a edição 2019 para 2021. O índice melhorou, mas continua abaixo da média estadual. A escola tem cerca de 700 alunos, 200 no Ensino Médio. O diretor da instituição, Rodrigo Chaves, afirma que, mesmo com a pandemia, conseguiram ter uma evolução da aprendizagem dos estudantes. "Nós tivemos que usar ferramentas digitais, tecnologias, plataformas educacionais. Então assim, a questão da tecnologia na aprendizagem foi usada de modo significativo. Nós tivemos alunos com dificuldades de acesso, mas nós sempre tentamos superar as dificuldades e, ao final do processo, todos conseguiram realizar as atividades de alguma forma." Diretor de escola em Almirante Tamandaré Reprodução/RPC Curitiba O diretor cita entre os desafios do processo pedagógico a evasão escolar, a baixa frequência e ainda a reprovação. A escola tem tentado unir e engajar toda a comunidade escolar - funcionários, pais, alunos - para conseguir melhorar os indicadores educacionais. "A gente tem a questão da frequência, ainda é um desafio muito grande na nossa escola. A gente tem metas de frequência e a gente trabalha em cima das metas. Uma vez que o estudante vem para a escola ele consegue aprender. A gente desenvolve todo um trabalho para tornar a escola mais atrativa, utilizar metodologias mais atrativas para os estudantes para que a gente consiga elevar a nossa frequência." Os vídeos mais assistidos do g1 PR: Mais notícias do estado em g1 Paraná.
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