Disputa pelo governo em 2026 tende à polarização entre Moro e Curi

Com agendas intensas no interior, Moro e Curi se colocam como protagonistas da sucessão ao governo do Paraná em 2026

Por Da Redação

Disputa pelo governo em 2026 tende à polarização entre Moro e Curi Créditos: Assessoria Parlamentar/Agência Brasil/Montagem GP 

A corrida pelo governo do Paraná nas eleições de 2026 começa a se desenhar com maior nitidez, e dois nomes já aparecem como potenciais protagonistas da disputa: o senador Sergio Moro (União Brasil) e o presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALEP), deputado Alexandre Curi (PSD). Ambos intensificaram suas agendas no interior do estado, indicativo de que se preparam para uma pré-campanha antecipada.

Apesar de ainda distante do pleito, o cenário aponta para uma possível polarização entre os dois parlamentares. Moro e Curi representam trajetórias distintas na política, embora ambos defendam bandeiras como segurança pública, eficiência administrativa e desenvolvimento regional.

Pesquisas de opinião recentes indicam Sergio Moro na liderança, com vantagem numérica. No entanto, o cenário ainda é considerado instável por analistas políticos. Alexandre Curi aparece em segundo lugar, em situação de empate técnico com outros nomes, mas sua forte articulação política regional e apoio no meio empresarial têm chamado atenção.

Moro intensifica agenda 

Sergio Moro tem percorrido diversas cidades do interior paranaense, adotando um discurso focado em ética na política, combate à corrupção e críticas ao governo federal. O senador também busca se aproximar de eleitores da base bolsonarista, ao mesmo tempo em que reforça sua imagem como símbolo da Operação Lava Jato.

Durante entrevista recente à TV Senado, Moro criticou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que determinou prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo Moro, a medida é desproporcional e estabelece um precedente perigoso.

O senador também comentou sobre o aumento de tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, classificando a medida como prejudicial e defendendo uma reação institucional firme por parte do Brasil. O posicionamento, porém, contrasta com o silêncio em relação à ala bolsonarista que considera as tarifas norte-americanas uma forma legítima de pressão política.

Curi sucessor de Ratinho Júnior?

Enquanto isso, Alexandre Curi tem investido na aproximação com o eleitorado do interior por meio do projeto Assembleia Itinerante, que leva atividades da ALEP a diversas regiões do estado. Nesta semana, por exemplo, o deputado liderou a 25ª edição do programa durante a Agroleite, em Castro, evento voltado ao agronegócio.

Curi tem se posicionado como defensor do legado do governador Ratinho Júnior (PSD), que encerra seu segundo mandato em 2026. A aliança entre os dois é vista como estratégica para manter o PSD no comando do Executivo estadual. Ao mesmo tempo, o deputado tenta consolidar sua imagem como representante da continuidade administrativa, sem a fadiga associada a uma eventual tentativa de terceiro mandato.

Ainda assim, a escolha do candidato do grupo governista não está oficialmente definida. Além de Curi, também são cotados os nomes de Rafael Greca (ex-prefeito de Curitiba), Guto Silva e Sandro Alex (secretários estaduais), além do vice-governador Darci Piana. 

Segundo uma fonte desta Gazeta, a campanha de Sergio Moro vê com bons olhos uma possível disputa direta com Guto Silva. A avaliação é de que o secretário teria pouca força eleitoral e não representaria uma ameaça significativa ao projeto do senador.

Disputa acirrada

Apesar de restarem ainda 15 meses para o primeiro turno, os bastidores da política paranaense já sinalizam a formação de dois blocos principais: de um lado, Sergio Moro, com apoio do campo conservador e capital político junto a eleitores antipetistas; do outro, Alexandre Curi, com apoio da atual gestão estadual e capacidade de articulação com diferentes partidos.

Curi é reconhecido por sua habilidade de transitar entre diversas correntes políticas, o que lhe garantiu uma eleição unânime à presidência da Assembleia Legislativa. Essa capacidade pode ser um trunfo em eventual segundo turno, com possibilidade de atrair apoios de diferentes espectros políticos, repetindo estratégias de coalizão já vistas, como na eleição de Eduardo Pimentel à prefeitura de Curitiba em 2024.

Já Moro deve enfrentar resistência entre setores ligados ao governo estadual e parte do eleitorado que ainda vê sua atuação na Lava Jato com desconfiança, sobretudo após os desdobramentos judiciais envolvendo a operação.

A tendência, por ora, é de uma disputa polarizada, com Sergio Moro e Alexandre Curi despontando como principais nomes. A oposição petista, por sua vez, ainda busca uma candidatura viável e competitiva, enquanto lideranças regionais tentam se posicionar para influenciar no resultado.

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