Deputados aprovam projeto que impede Governo do Paraná de utilizar linguagem neutra
Por Giuliano Saito
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Estado disse, entretanto, que não é adepto deste tipo de linguagem. Oposição avaliou que projeto 'tenta resolver problema que não existe'. Autor diz que inciativa quer 'proteger crianças'. Assembleia Legislativa do Paraná Orlando Kissner/Alep Os deputados estaduais do Paraná aprovaram nesta terça-feira (13), em primeira discussão, um projeto de lei que impede o Governo do Estado de utilizar a chamada linguagem neutra em qualquer nível institucional. Entretanto, o próprio governo estadual disse que utiliza a norma culta da língua portuguesa e nenhuma repartição ligada ao governo é adepta da linguagem neutra, que normalmente substitui as vogais “O” e “A” de palavras femininas e masculinas pela vogal “E”, criando variações informais de palavras como “menine”. Atualmente, expressões neutras são mais comuns em redes sociais e representam pessoas não-binárias e intersexo. O projeto tramita na Alep desde 2020 e foi aprovado por 26 votos favoráveis, 5 contrários e uma abstenção. O deputado estadual Professor Lemos (PT), da oposição, disse que a proposta “cria um fantasma”, tentando resolver um problema que não existe. “É como um projeto que propõe combate ao banheiro unissex. Nas nossas escolas e universidades nós não temos banheiros unissex, mas depois se cria um fantasma pra dizer: 'Olha, eu estou salvando as crianças do banheiro unissex’. É um projeto que está tentando dizer que nós não ensinamos a língua padrão, mas respeitamos também e valorizamos a linguagem coloquial, que é respeita no Brasil e no mundo todo.” Entenda: O que é linguagem neutra, que usa, por exemplo, 'todxs' e 'amigues' Projeto de lei que proíbe banheiros unissex no Paraná é apresentado na Alep Jovem consegue na Justiça direito de registro de gênero não-binário em Foz do Iguaçu Câmara de Londrina proíbe uso de linguagem neutra em escolas e concursos A proposta é assinada pelos deputados Homero Marchese (REP), Alexandre Amaro (REP), Márcio Pacheco (REP) e Coronel Lee (DC). Em resumo, o projeto aprovado proíbe o uso da linguagem na administração estadual como um todo, incluindo: instituições de ensino; bancas examinadoras de seleções e concursos públicos; publicidade institucional; informativos, circulares, e-mails, memorandos e documentos oficiais; currículos escolares; editais, provas, exames e instrumentos similares. Na sessão desta terça, Marchese disse que a linguagem neutra “tem, no fundo, o objetivo de buscar um efeito de dominar, pela linguagem, o pensamento da população”. “É preciso deixar as nossas crianças em paz, sem esse tipo de inciativa [linguagem neutra]”, disse o autor. A proposta precisa ser aprovada, ainda, em segunda e terceira discussões. Leia também: Apesar de decisão do STF, Traiano poderá ser eleito pela 5ª vez seguida presidente da Alep Em 21 dias, 30% dos projetos do pacotaço de Ratinho Junior foram aprovados na Alep Vídeos mais assistidos do g1 PR: Veja mais notícias do Estado em g1 Paraná.
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